Para os dirigentes da Frente Nacional dos Prefeitos, que reúne as médias e grandes cidades, o novo aumento de 8,87% no preço do diesel pode ser o estopim dos reajustes do transporte público nos municípios.
Os prefeitos afirmam que o clima é de preocupação com o que pode ser o “retorno de 2013”, em referência às manifestações de rua daquele ano. O marco inicial do período, batizado como “jornadas de junho”, foi um protesto no dia 6 daquele mês contra o aumento das tarifas do transporte público em São Paulo.
“Os prefeitos tentaram ao máximo não reajustar tarifas, mas isso se tornou inviável. O colapso dos sistemas é iminente. Por isso, trabalhamos pela aprovação do PL dos Transportes (Projeto de Lei 4.392/2021), que tramita na Câmara, como alternativa emergencial, mas o desafio é estruturante, e demanda pactuação federativa”, afirmou o prefeito de Aracaju (SE), Edvaldo Nogueira, presidente da FNP.
O socorro estimado do PL dos Transportes seria de R$ 5 bilhões, valor que seria utilizado pela União para bancar as gratuidades dos idosos acima de 65 anos, que atualmente estão sob encargo das prefeituras. Os prefeitos têm dito que o governo Jair Bolsonaro (PL) sinalizou positivamente à proposta.
A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (9) um aumento do preço médio do diesel de 8,87% nas suas refinarias. A alta era esperada pelo mercado, diante da escalada das cotações internacionais nas últimas semanas.
Com isso, o preço médio do combustível nas refinarias passa de R$ 4,51 para R$ 4,91 por litro —o repasse aos consumidores depende de políticas comerciais de distribuidoras e postos de combustíveis.
Fonte: Folha de São Paulo