Ucrânia avança contra tropas russas perto de Kiev, diz Reino Unido
As forças ucranianas continuam avançando contra as tropas russas nas proximidades da capital Kiev, informou hoje a inteligência militar britânica, no 38º dia da guerra. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que as tropas russas estão “visivelmente” recuando no norte do país.
Soldados russos também se retiraram do aeroporto Hostomel, perto da capital, área sujeita a combates desde o primeiro dia do conflito, em 24 de fevereiro, disse o Ministério da Defesa do Reino Unido em um boletim regular.
Imagens de satélite, tiradas na quinta-feira (31) pela Maxar Technologies mostram o terminal abandonado.
“No leste da Ucrânia, as forças ucranianas garantiram uma rota importante no leste de Kharkiv após intensos combates”, acrescentou o ministério britânico.
Também hoje, mísseis russos atingiram duas cidades no centro da Ucrânia, danificando infraestrutura e prédios residenciais, disse o chefe da região de Poltava.
“Poltava. Um míssil atingiu uma das instalações de infraestrutura durante a noite”, escreveu Dmitry Lunin em uma postagem nas redes. “Kremenchuk. Muitos ataques à cidade pela manhã.” Não há informações sobre vítimas.
Lunin disse mais tarde que pelo menos quatro mísseis atingiram dois objetos de infraestrutura em Poltava enquanto, segundo informações preliminares, três aviões inimigos atacaram as instalações industriais de Kremenchuk.
A cidade de Poltava é a capital da região de Poltava, a leste de Kiev, e Kremenchuk uma das principais cidades da região.
De acordo o porta-voz do Ministério da Defesa russo, major-general Igor Konashenkov, o alvo em Kremenchuk foi uma grande refinaria de petróleo ucraniana.
Konashenkov disse que os militares russos destruíram instalações de armazenamento de gasolina e diesel que abasteciam tropas ucranianas nas regiões leste e central do país.
Na região de Dnipro, no sudoeste da Ucrânia, mísseis atingiram uma instalação de infraestrutura, ferindo duas pessoas e causando danos significativos, disse Valentyn Reznichenko, chefe da região. Na cidade de Kryvyi Rih, um posto de gasolina foi bombardeado, causando um incêndio, acrescentou.
Retirada de civis
A Ucrânia disse esperar “boas notícias” neste fim de semana sobre a retirada de pessoas da cidade sitiada de Mariupol, no sudeste, disse um assessor do presidente Volodymyr Zelenskiy hoje. “Nossa delegação chegou a um acordo em Istambul (durante as negociações de paz Ucrânia-Rússia) para fornecer evacuações”, disse Oleksiy Arestovych à televisão ucraniana.
“Acho que hoje ou talvez amanhã teremos boas notícias sobre a evacuação dos habitantes de Mariupol.”
A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, disse que sete corredores de evacuação ao longo das principais rotas devem ser abertos hoje.
Vereshchuk disse que a lista inclui a rota da cidade sitiada de Mariupol, no sul, até a cidade de Zaporizhzhia, controlada pelo governo, no sudeste da Ucrânia.
O transporte privado percorrerá a rota de evacuação, parando em Mangush, Berdiansk, Tokmak, Vasylivka e Kamyanske, antes de chegar ao destino final de Zaporizhzhia.
Zelensky pede atenção
Embora tenha dito que os “ocupantes” estejam recuando no norte do país, “de maneira lenta, mas visível”, Zelensky alertou a população sobre os perigos após a retirada dos militares russos.
“A situação é catastrófica e há muito perigo. Os russos estão colocando minas terrestres em todo o território, casas, equipamentos e até mesmo corpos. Há muitas armadilhas e outros perigos. Estamos avançando com muito cuidado”, explicou.
“Ainda não é possível voltar a vida normal, precisamos esperar até que as minas sejam retiradas e garantir que não haverá novos bombardeios”, pediu o presidente.
Papa diz que planeja viajar para Kiev
Após reunir-se com um grupo de refugiados ucranianos no Vaticano hoje, o papa Francisco iniciou sua viagem para Malta e afirmou que está considerando uma viagem a Kiev.
Questionado por um dos jornalistas a bordo do avião que o levava de Roma a Malta se ele estava considerando o convite feito por autoridades ucranianas, o Pontífice respondeu que “sim, está na mesa”. Ele, porém, não deu mais detalhes.
A declaração é dada após Jorge Bergoglio telefonar para o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para debater a “difícil situação humanitária e o bloqueio de corredores de resgate pelas tropas russas”.
Fonte: UOL, com Reuters e Ansa