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Teresina registra aumento do número de mulheres em espaços instrumentistas

De fato, a música tem a essência feminina, não só na etimologia, mas no fervor da emoção e, sobretudo, na delicadeza da sonoridade. Os investimentos feitos pela gestão municipal, através das ações da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves (FMC), têm cada vez mais atraído um número maior de mulheres em espaços instrumentistas que antes eram ocupados apenas por pessoas do sexo masculino.

Em Teresina, o mercado musical vem se abrindo para o novo e a sociedade vem acompanhando essa mudança. As mulheres passaram a comandar instrumentos como sanfona, violino, violão, fagote, trompete, entre outros, quebrando barreiras e, claro, se destacando em suas áreas, como é o caso da sanfoneira e professora Écore Nascimento, única mulher que integra a Orquestra Sanfônica de Teresina.

“Para chegar até aqui não foi fácil, pois não é comum termos mulheres tocando esse lindo e pesado instrumento. Comecei meus primeiros passos como aluna e aos poucos, com muito esforço, conquistei uma vaga na Orquestra Sanfônica de Teresina, que antes era formada apenas por homens”, conta Écore Nascimento, enfatizando ainda que além de fazer parte de uma outra banda formada apenas por mulheres, ela passou a ministrar aulas de sanfona no Palácio da Música, que é a maior referência em ensino musical do Estado do Piauí.

Na Banda 16 de Agosto, que é a banda oficial do município de Teresina, são três mulheres, elas tocam trompete, bateria e bombardino, instrumentos que geralmente são ligados a pessoas do sexo masculino. Apesar de parecer pequeno, esse número de mulheres já é considerado como um avanço, já que a banda foi criada em 1968, e a chegada da primeira mulher na equipe só ocorreu cerca de 35 anos depois, sendo que hoje elas estão em evidência.

Há mais de 20 anos atuando como instrumentista, Irisneide Araújo é trompetista da Banda 16 de Agosto. Ela fala que no passado, apesar de já ter mulheres atuando no mercado, elas tocavam apenas em instrumentos específicos. Porém ela se apaixonou pelo som do trompete e resolveu se dedicar ao instrumento, superando as dificuldades de aprender a tocá-lo, se qualificou e conseguiu representar as mulheres na mais tradicional banda da cidade, comprovando que o talento independe do sexo.

Há mais de 20 anos, Irisneide Araújo, da Banda 16 de Agosto se dedica ao trompete. Foto: Ascom FMC

 

“Os desafios foram muitos, pois por ser mulher, tinha que me dedicar aos filhos, além dos estudos e a trabalhos secundários, pois no passado era bem mais difícil viver apenas da música. No caminho até aqui ví muitos olharem com olhos tortos, havia um certo preconceito, muitos afirmavam que eu deveria buscar outro tipo de instrumento, porém, soube lidar com isso e hoje sigo aqui firme e feliz por não ter desistido desse sonho”, conta Irisneide Araújo, afirmando ainda que já teve inclusive experiências em outros estados, fato que contribuiu com o seu crescimento profissional.

Com o seu fagote, Miranísia Freitas faz sucesso na Orquestra Sinfônica de Teresina. Foto: Ascom FMC

As mulheres também vêm ganhando outros espaços dentro dos demais projetos musicais mantidos pela Prefeitura de Teresina, como por exemplo na Orquestra Sinfônica de Teresina, na Orquestra de Violões e no Projeto Banda Escola. Apesar de pequeno, o número de mulheres instrumentistas vem aumentando e esse número de integrantes femininas pode aumentar, isso por conta do crescente número de mulheres inscritas em projetos como o Banda Escola, que é uma espécie de porta de entrada para quem deseja ingressar nas orquestras e na banda municipal.

Silvana Lys e Sorane Costa, integrantes da Orquestra de Violões de Teresina. Foto: Ascom FMC

Fonte: FMC

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