Papa Francisco: “vergonha” pela ajuda negada aos 130 migrantes mortos no Mediterrâneo
O papa Francisco chamou de “vergonha”, neste domingo (25), o destino de 130 migrantes desaparecidos desde quinta-feira (22) após um naufrágio no Mediterrâneo, e disse “estar muito triste pela tragédia”.
“Confesso que estou muito triste pela tragédia que mais uma vez ocorreu nos últimos dias no Mediterrâneo. Irmãos e irmãs, devemos nos interrogar sobre esta enésima tragédia. É um momento de vergonha”, disse aos fiéis no final da oração Regina Coeli, Praça de São Pedro no Vaticano.
A ONG SOS Méditerranée indicou na quinta-feira (22) que avistou uma dúzia de corpos na costa da Líbia perto de um barco inflável virado que estava em perigo, com cerca de 130 pessoas a bordo.
“Cento e trinta migrantes morreram no mar, são pessoas, são vidas humanas que por dois dias inteiros imploraram em vão por ajuda. Ajuda que não chegou”, continuou o Papa Francisco.
“Rezemos por estes irmãos e por tantos outros que continuam a morrer nestas dramáticas jornadas. Rezemos também por aqueles que podem ajudar, mas preferem olhar para outra direção. Rezemos por eles em silêncio”, concluiu o papa.
Atividades são dificultadas
As ONGs humanitárias acusam os países da União Europeia não só de não quererem resgatar migrantes em perigo no Mediterrâneo, mas também de dificultar as suas próprias atividades de resgate.
De acordo com dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM) presos em 21 de abril, pelo menos 453 migrantes morreram desde 1º de janeiro de 2021 no Mediterrâneo, principalmente nessa rota central da Tunísia e da Líbia. (Com AFP)