Escola em Portugal é pichada com frases racistas contra brasileiros
Os muros da Escola Secundária da Portela, localizada em Lisboa, capital de Portugal, foram pichados com frases racistas e xenofóbicas na madrugada desta sexta-feira (30).
Outras pichações foram registradas nas escolas secundárias António Damásio e de Sacavém, no ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa) e na UCP (Universidade Católica Portuguesa), todas também em Lisboa.
Em imagens das pichações na Portela que circulam nas redes sociais, é possível ver frases como “Portugal é branco” e pedindo que “pretos” e “zucas”, gíria usada para se referir aos brasileiros em Portugal, “voltem para África” e “para as favelas”.
Em nota para o UOL, a Embaixada do Brasil em Lisboa disse ter recebido as notícias sobre as pichações “com consternação” e considerando-as “absolutamente inaceitáveis”.
“A Embaixada manifesta sua certeza de que as autoridades competentes assim como os responsáveis pelas instituições de ensino envolvidas saberão tomar as medidas necessárias para denunciar e coibir tais atos”, afirmou.
Pichações em universidades
Os muros da UCP foram pichados com frases como “Europa aos europeus”, “viva a raça branca” e “fora com os pretos”. No ISCTE, foi escrito “morte aos pretos”.
As pichações na universidade católica foram repudiadas pela reitora da instituição, Isabel Capeloa Gil, que afirmou que, “pelo conteúdo dos dizeres, este é um crime público, tendo, por isso, a universidade procedido a uma denúncia junto do Ministério Público” português.
“A universidade rejeita este ato, que atenta contra os princípios basilares do que a universidade enquanto espaço de abertura e diálogo representa”, disse em nota divulgada no site da instituição.
A AEISCTE (Associação de Estudantes do Instituto Universitário de Lisboa) também repudiou as pichações racistas na instituição em comunicado publicado nas redes sociais, se dizendo “em choque” com os atos.
“Este tipo de ações são repugnantes e vão contra todos os nossos valores, bem como os de um ensino superior inclusivo e que procura construir futuros cidadãos mais ativos e conscientes”, afirmou.
Secretário de Estado Adjunto e da Educação de Portugal, João Costa também utilizou as redes sociais para dizer que não se pode “acreditar que, em 2020, tantos anos depois de Rosa Parks, ainda haja primarismo deste tipo”.
“Não podemos parar de denunciar que estas atitudes estão cada vez mais legitimadas por pessoas que, tendo crescido em democracia, suspiram, discursam e anseiam pelo regresso a um qualquer regime de que têm saudades sem nunca terem conhecido”, frisou.
‘Fora com os pretos’ na Universidade Católica Portuguesa:
‘Morte aos pretos’ no Instituto Universitário de Lisboa:
‘Por uma escola branca’ na Escola Secundária António Damásio:
Redação