A área de saúde do município de Teresina está um verdadeiro caos e é um dos setores mais massacrados pela gestão do prefeito Firmino Filho (PSDB). Durante a pandemia do novo Coronavírus, inúmeros servidores foram contaminados, e os que foram a óbito sequer chegaram a receber a tão prometida insalubridade de 40%. A denúncia é do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm).
Em entrevista exclusiva a este Site Jogo do Poder, o presidente do Sindserm, Sinésio Soares, afirmou que, com vencimentos muito aquém dos seus direitos, os profissionais de saúde sobrevivem de gratificações de insalubridade, periculosidade, gratificação de plantão, segundo turno e outros “penduricalhos”.
“Desde o mês de abril, o Sindserm está com uma campanha requerendo a insalubridade ou periculosidade, prevista na portaria 87 da própria Fundação Municipal de Saúde (FMS)”, informou Sinésio Sores. Segundo ele, os motoristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), os auxiliares administrativos, agentes de portaria, assistentes sociais, profissionais da enfermagem, técnicos de laboratório que fazem os exames e centenas de profissionais que não podem parar o trabalho estão se sacrificando sem o mínimo de valorização por parte da administração tucana.
O sindicalista lembrou que o sindicato já realizou três manifestações para chamar a atenção da população e sensibilizar os gestores: uma na frente do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), outra no Samu e uma na Gerência de Transportes (Getrans/FMS). “Mas o prefeito continua irredutível. ”
O Sindserm agora está recolhendo cópias de testes positivos para Covid-19 entre servidores expostos para utilizar como prova, acionando judicialmente e dando ampla divulgação para a quantidade de servidores contaminados. “Também foram colocados vários outdoors pela cidade chamando o prefeito à responsabilidade com a vida dos servidores municipais”, assinalou Sinésio Soares.
“Massacre”
“Desde 2017, o prefeito Firmino Filho vem massacrando os servidores municipais com arrocho salarial e a prática sistemática de assédio moral como método de gestão”, acusou Sinério Soares. E acrescentou: “o artigo 37 da Constituição Federal prevê a revisão geral anual de salários como obrigatória, mas o gestor tucano praticamente rasga a Carta Magna”.
O presidente do Sindserm fez uma retrospectiva do embate que a entidade vem travando com a gestão municipal desde 2017. Naquele ano, o prefeito não concedeu reajuste, e a entidade convocou uma greve e acionou a Justiça, mas o processo nunca foi julgado. Em 2018, o reajuste foi de apenas 3%; e em 2019, também não concedeu reajuste nenhum.
“Em 2020, sob a desculpa da pandemia, também não concedeu o reajuste e liberou apenas a metade do reajuste do Magistério, que está em greve desde o dia 10 de março. Para intimidar os servidores municipais, o prefeito escolhe gestores especialistas em assédio moral, pressão e perseguição, chegando a abrir processos administrativos sem o menor fundamento, apenas para intimidar aqueles que lutam pelos seus direitos”, acusou Sinésio Soares.
Redação