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Eduardo Bolsonaro se licencia da Câmara e vai morar nos EUA

A decisão ocorre em meio às investigações contra seu pai

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (18) que vai se licenciar do mandato parlamentar para morar temporariamente nos Estados Unidos. A decisão ocorre em meio às investigações contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, no Supremo Tribunal Federal (STF), por tentativa de golpe de Estado. Eduardo, porém, não é alvo da investigação.

A colunista Natuza Nery, do g1 e da GloboNews, informou que Eduardo foi impedido de assumir a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Segundo a jornalista, a decisão do partido deixou o deputado sem um discurso político para justificar a perda do cargo, o que teria motivado sua licença.

Críticas ao STF e plano nos EUA

Ao anunciar sua decisão nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, e afirmou que irá “buscar as justas punições” contra o magistrado e a Polícia Federal, que chamou de “gestapo”.

Ele também declarou que tem receio de ser preso por ordem do Supremo e justificou sua saída do país como uma forma de continuar sua atuação política. “Não irei me acovardar, não irei me submeter ao regime de exceção e aos seus truques sujos”, disse.

Eduardo Bolsonaro também afirmou que sua licença é temporária e que abrirá mão do salário de R$ 46.366,19. Ele foi o terceiro deputado mais votado em São Paulo nas eleições de 2022, com 741.701 votos.

Novo comando da comissão

Com a saída de Eduardo Bolsonaro, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional ficará sob o comando do deputado Luciano Zucco (PL-RS), atual líder da oposição na Câmara.

Eduardo justificou a escolha dizendo que Zucco ajudará a manter relações diplomáticas com “o governo Trump e países democráticos e desenvolvidos”. Nos bastidores, a possibilidade de sua nomeação para presidir a comissão foi contestada por parlamentares aliados do governo Lula, que temiam um uso político do colegiado para ataques ao STF.

Reações políticas

A oposição criticou a decisão do deputado, afirmando que ele estaria fugindo do Brasil por temer uma possível investigação ou desdobramentos do caso envolvendo seu pai. O Partido dos Trabalhadores (PT) chegou a solicitar ao STF a apreensão do passaporte de Eduardo, alegando possível atentado à soberania nacional.

O julgamento no STF que pode tornar Jair Bolsonaro réu pela tentativa de golpe de Estado está marcado para a próxima semana.

Edição: Jogo do Poder – Imagem: Vinícius Loures/Câmara dos Deputados

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