
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (27/2) que precisa de “mais agressividade nas políticas que o governo tem que entregar” ao comentar a saída de Nísia Trindade do Ministério da Saúde e a reforma ministerial em andamento.
Durante entrevista ao programa Balanço Geral Litoral (SP), da TV Record, Lula destacou que mudanças na equipe são “o momento mais difícil de um governo”, mas enfatizou a necessidade de maior agilidade na execução das políticas públicas. “A Nísia era uma companheira da mais alta qualidade, minha amiga pessoal. Mas eu estou precisando de um pouco mais de agressividade na política que o governo tem que entregar. Mais agilidade, mais rapidez, e por isso estou fazendo algumas trocas”, declarou o presidente.
Na última terça-feira (25), Lula anunciou a saída de Nísia do Ministério da Saúde e confirmou a transferência de Alexandre Padilha, atual ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), para comandar a pasta. A decisão faz parte de um conjunto de ajustes ministeriais que Lula pretende concluir após o carnaval.
Novo ministro da SRI ainda não foi anunciado
Questionado sobre o substituto de Padilha na SRI, o presidente afirmou que a escolha já foi feita, mas que ainda precisa conversar com o indicado antes do anúncio oficial. “Eu já tenho a pessoa escolhida, mas não posso avisar porque não conversei com a pessoa ainda. Eu tenho que fazer uma reforma, tenho que mexer no governo, mas eu tenho que fazer com muito cuidado”, explicou Lula.
Entre os cotados para assumir a pasta estão o deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), apoiado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), além de nomes ligados ao PT, como os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), além da presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Lula também comentou que os partidos que compõem sua base aliada possuem ampla participação no governo, destacando que a maioria deles já conta com três ministérios. A declaração ocorre em meio à pressão do Centrão por mais espaço na Esplanada dos Ministérios.
Reação à saída de Nísia Trindade
A saída de Nísia Trindade do Ministério da Saúde gerou repercussão nos bastidores do governo, especialmente pelo fato de a ex-ministra ter descoberto sua demissão pela imprensa antes de uma conversa direta com o presidente. Lula, no entanto, minimizou o desgaste e afirmou que é essencial que ministros compreendam o momento das trocas. “Eu aprendi uma coisa: você nunca chama para o governo quem você não pode tirar. Porque, veja, quando um técnico tira um jogador famoso, ele deveria sair alegre porque é um companheiro dele que vai jogar”, comparou o petista.
A reforma ministerial continua em andamento, e novas mudanças podem ser anunciadas nos próximos dias, conforme Lula busca fortalecer sua base e dar mais dinamismo às ações governamentais.
IA – Imagem: Marcelo Camargo