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Trump ameaça tarifas contra UE, Brics e vizinhos; crise Política abala Trudeau no Canadá

Em sua rede social, Truth Social, Trump afirmou que notificou os líderes europeus

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que assumirá o cargo em janeiro de 2025, voltou a chamar atenção da cena internacional com declarações contundentes sobre tarifas comerciais e o uso do dólar como moeda de referência. Na última sexta-feira (20), Trump ameaçou impor tarifas à União Europeia (UE), aos países do bloco Brics, e a seus principais vizinhos, México e Canadá, caso não atendam às demandas comerciais dos Estados Unidos.

Pressão sobre a União Europeia

Em sua rede social, Truth Social, Trump afirmou que notificou os líderes europeus sobre a necessidade de compensar o “enorme déficit” comercial com os EUA por meio da aquisição de petróleo e gás estadunidenses em larga escala.

“Caso contrário, serão muitas tarifas!”, declarou o presidente eleito, reacendendo temores de uma escalada nas tensões comerciais que podem ter impactos significativos na economia global.

Tarifação contra Brics e hegemonia do dólar

Os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) também foram alvo das críticas de Trump. Ele ameaçou impor tarifas de 100% a qualquer membro do bloco que adote moedas alternativas ao dólar em transações comerciais.

“Os Estados Unidos não vão mais ficar parados e assistir a essa tentativa de afastar o dólar como moeda de referência global”, afirmou, destacando que considera as iniciativas do bloco uma afronta à hegemonia econômica e política de Washington.

Pressão regional: México e Canadá

Trump reiterou também a intenção de aumentar em 25% as tarifas para produtos provenientes do México e do Canadá, a menos que os dois países intensifiquem os esforços para conter a migração e o tráfico de drogas na fronteira. O Canadá, um dos maiores parceiros comerciais dos EUA, enfrenta turbulência interna devido às ameaças do republicano.

Trudeau enfrenta crise Política no Canadá

Em resposta às declarações de Trump, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou uma reforma significativa em seu gabinete, afetando um terço dos ministros. A mudança acontece após a renúncia da vice-primeira-ministra e ex-ministra da Economia, Chrystia Freeland, que discordou das estratégias de Trudeau para lidar com as ameaças comerciais de Trump.

Freeland, que foi uma das principais aliadas de Trudeau nos últimos dez anos, afirmou que não concorda com a abordagem adotada pelo governo e destacou os riscos de uma possível guerra comercial entre os dois países.

“Nossa equipe se concentrará no que mais importa para os canadenses: tornar a vida mais acessível, fazer a economia crescer e criar bons empregos para a classe média”, declarou Trudeau em comunicado, evitando menções diretas à crise.

Trudeau enfrenta o momento mais delicado de seus nove anos no poder, com uma base parlamentar enfraquecida, aliados insatisfeitos e pressões crescentes de diferentes setores da sociedade canadense.

Cenário global em tensião

A postura de Trump antecipa uma administração marcada por protecionismo e pressões comerciais, reacendendo temores de instabilidade econômica global. As ameaças contra o Brics, a UE e os vizinhos norte-americanos indicam uma abordagem mais agressiva, enquanto o governo canadense tenta navegar em meio às turbulências políticas e comerciais.

Especialistas alertam que as medidas propostas podem desencadear uma série de retaliações e dificultar ainda mais a cooperação entre os principais atores da economia mundial.

IA – Imagem: Wilkimedia

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