A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) divulgou nesta segunda-feira (16) uma nota oficial reforçando a importância de que as investigações sobre os eventos de 8 de janeiro sejam conduzidas com urgência, rigor e imparcialidade. A declaração ocorre em meio às repercussões de trechos da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que mencionam a suposta participação de integrantes do agronegócio no financiamento de atos antidemocráticos.
No documento, a FPA destacou que “é imprescindível que todas as investigações sejam conduzidas de forma legal, transparente e equilibrada, sempre em respeito à Constituição Federal”. A bancada também enfatizou que “ações isoladas” não devem ser utilizadas para comprometer a imagem do setor agropecuário como um todo.
A declaração foi motivada pela citação do nome do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, em documentos que justificaram sua prisão preventiva. Segundo a delatação de Mauro Cid, Braga Netto teria entregue recursos obtidos “junto ao pessoal do agronegócio” para supostamente financiar atividades relacionadas à tentativa de golpe.
Responsáveis devem ser punidos
A FPA reiterou a necessidade de que os responsáveis por quaisquer ações ilegais sejam identificados e punidos com o máximo rigor da lei, independentemente da atividade econômica ou do setor a que pertençam. “Contudo, é inadmissível que ações isoladas sejam usadas para generalizar e comprometer a imagem de um setor econômico composto por mais de 6 milhões de produtores e que desempenha papel fundamental no desenvolvimento do país”, destacou a nota.
Setor agropecuário em pauta
O agronegócio é um dos setores mais importantes da economia brasileira, respondendo por cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e por uma significativa parcela das exportações do país. Nos últimos anos, o setor também tem exercido forte influência política, com representação significativa no Congresso Nacional.
Diante das recentes acusações, a FPA reforçou seu compromisso com a democracia e a legalidade, ao mesmo tempo em que defendeu a preservação da credibilidade do agronegócio. A bancada também apelou para que as investigações avancem de forma justa, evitando prejulgamentos ou generalizações que possam afetar a reputação do setor.
IA – Imagem: Zeca Ribeiro/Senado
