Crise Política na Coreia do Sul: Presidente destituído enfrenta acusações graves
Yoon, de 63 anos, está sendo investigado por insurreição e abuso de poder
A Coreia do Sul enfrenta uma crise política sem precedentes após a destituição do presidente Yoon Suk Yeol, acusado de tentar impor uma lei marcial. A decisão do Parlamento, que aprovou o impeachment no último sábado (14) por ampla maioria, desencadeou uma série de eventos que colocaram o país em um estado de tensão política e social.
Acusações de Insurreição
Yoon, de 63 anos, está sendo investigado por insurreição e abuso de poder após sua tentativa de decretar lei marcial em 3 de dezembro, medida que foi rapidamente bloqueada pela Assembleia Nacional. Ele é acusado de enviar tropas ao Parlamento para impedir uma sessão dos deputados, o que resultou em confrontos entre soldados e funcionários do Legislativo.
Se condenado, Yoon e seus principais conselheiros podem enfrentar penas que vão de prisão perpétua à pena de morte. Promotores já emitiram duas intimações para que o ex-presidente compareça a interrogatórios, mas ambas foram rejeitadas. Investigadores indicaram que podem solicitar um mandado de prisão caso ele continue a se recusar.
Manifestantes Celebram Afastamento
A decisão do Parlamento, que contou com 204 votos favoráveis entre os 300 deputados, foi recebida com euforia por milhares de manifestantes que aguardavam o resultado em frente ao edifício legislativo, mesmo sob temperaturas abaixo de zero. A oposição, liderada por Lee Jae-myung, descreveu o impeachment como essencial para restaurar a ordem e aliviar o sofrimento da população.
Próximos Passos
A Corte Constitucional tem agora até seis meses para decidir se confirma ou não o impeachment. Uma audiência preliminar foi marcada para o dia 27 de dezembro. Caso a destituição seja confirmada, novas eleições deverão ser realizadas em até dois meses.
Enquanto isso, o primeiro-ministro Han Duck-soo assumiu o cargo de presidente interino, prometendo garantir um governo estável durante a transição. Contudo, o Partido do Poder do Povo (PPP), liderado por Yoon, enfrenta uma grave crise interna, com a renúncia do líder Han Dong-hoon e pedidos de desculpas públicas pelo ocorrido.
Repercussão Internacional
A destituição de Yoon chamou atenção da comunidade internacional. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou confiança na continuidade da aliança entre os dois países e elogiou a resiliência democrática da Coreia do Sul. Em contraste, a Coreia do Norte criticou duramente Yoon, chamando-o de “cabeça de uma rebelião” e questionando a independência da Corte Constitucional sul-coreana.
Conclusão
A situação política da Coreia do Sul segue incerta, com o futuro de Yoon Suk Yeol nas mãos da Justiça e da Corte Constitucional. A crise expõe os desafios enfrentados por uma democracia relativamente jovem, marcada por um histórico de ditaduras e transições políticas turbulentas. O desfecho deste caso poderá ter consequências profundas tanto para a estabilidade interna quanto para o cenário geopolítico da região.