O prefeito do Recife, João Campos (PSB), está prestes a dar um passo significativo em sua trajetória política ao assumir, a partir de 2025, a presidência nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB). A decisão, que vem ganhando força nos bastidores, marca a continuidade de um legado político iniciado por seu avô, Miguel Arraes, e consolidado por seu pai, Eduardo Campos, ambos líderes históricos da sigla.
A escolha de João Campos conta com o apoio do atual presidente do PSB, Carlos Siqueira, que lidera o partido desde 2014, quando sucedeu Eduardo Campos após sua morte trágica em um acidente aéreo durante a campanha presidencial daquele ano. Segundo fontes ouvidas pelo O Globo, Siqueira já havia anunciado durante o 15º Congresso Nacional do PSB, em abril de 2022, que este seria seu último mandato, abrindo espaço para uma renovação na liderança da sigla.
Projeção política e força eleitoral
João Campos, de 31 anos, tem se destacado como uma das principais lideranças jovens do país. Reeleito prefeito do Recife em 2020 com 78% dos votos no primeiro turno, ele consolidou sua imagem como gestor eficiente e político carismático. Sua atuação em nível nacional, como a articulação que levou à filiação do vice-presidente Geraldo Alckmin ao PSB, reforçou sua habilidade política e sua capacidade de atrair figuras estratégicas para o partido.
Pesquisas internas do PSB apontam que João Campos tem projeção semelhante à de outros líderes jovens da esquerda brasileira, como o ministro Fernando Haddad (PT) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). A expectativa é que ele assuma a presidência da sigla em um ambiente de consenso, característica marcante do PSB.
Desafios e prioridades
Caso confirmado como presidente do PSB, João Campos terá como foco imediato a consolidação e o fortalecimento das bancadas do partido na Câmara dos Deputados e no Senado. A meta será preparar o terreno para as eleições de 2026, buscando ampliar a relevância da sigla no cenário político nacional.
Além disso, Campos também terá que administrar desafios locais, especialmente em Pernambuco, onde seu nome desponta como um potencial adversário da governadora Raquel Lyra (PSDB) nas eleições estaduais de 2026. A relação entre os dois tem sido marcada por tensões, com disputas envolvendo cargos estratégicos na Assembleia Legislativa.
Impactos no cenário político
A possível ascensão de João Campos à presidência do PSB sinaliza uma renovação estratégica no partido, que busca equilibrar tradição e modernidade. A atuação do prefeito nas redes sociais, sua capacidade de atrair quadros jovens e sua projeção nacional são vistas como ativos importantes para reposicionar a sigla em um cenário político cada vez mais competitivo.
Enquanto isso, a governadora Raquel Lyra enfrenta suas próprias dificuldades, incluindo atritos com o PT e disputas de influência com o PSB. O ambiente político em Pernambuco, tradicional reduto socialista, promete ser palco de embates decisivos nos próximos anos.
A confirmação da presidência de João Campos deve ocorrer no congresso nacional do PSB em 2025, marcando um novo capítulo na história da sigla e consolidando o protagonismo do jovem líder no cenário político brasileiro.
Com informações Brasil 247 – Imagem: Reprodução