Moçambique leva propostas de urbanização para Fórum Urbano Mundial
A chefe da agência em Moçambique, Sandra Roque, citou a importância do fórum
Decorre até 8 de novembro na cidade do Cairo no Egito, a 12ª edição do Fórum Urbano Mundial, Wuf12, sob o lema Tudo Começa em Casa.
O evento que marca o retorno do Fórum Urbano Mundial a África, após 20 anos, visa refletir a importância crescente do continente na discussão global sobre urbanização.
Sociedade civil e governo juntos na delegação
Moçambique participa com uma delegação composta pelo governo, organizações da sociedade civil e agência das Nações Unidas, ONU-Habitat.
Em entrevista à ONU News, a chefe da agência em Moçambique, Sandra Roque, citou a importância do fórum destacando a visão do lema Tudo Começa em Casa.
Relações e conexões
“Tudo começa em casa centra-se na localização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável com atenção particular às ações e iniciativas locais necessárias para enfrentar os desafios urbanos trementes sobretudo a habitação inascível, de custo elevado, o aumento do custo de vida, as alterações climáticas e fragilidade de acesso a serviços básicos e também conflitos e as crises urbanas em países como Moçambique e países africanos que se se apresentam de maneira frequente.”
Dos vários eventos que Moçambique vai participar, Sandra Roque destaca a partilha de experiência sobre políticas nacionais urbanas.
Política Nacional de Urbanização
“Moçambique vai partilhar a sua experiência da formulação da política de urbanização que foi aprovada em abril de 2024, pelo Conselho de Ministro é uma política muito importante para governo de Moçambique e Moçambique tem uma experiência muito boa, a partilhar com outros países, incluindo outros países de língua portuguesa.”
Moçambique faz-se representar no evento por uma delegação chefiada pelo embaixador de Moçambique no Egito, Sérgio Nathú Cabá. A delegação é composta por mais de 30 peritos e decisores políticos.
Sandra Roque adianta que o país esta a urbanizar-se. Ela considera que Moçambique tem uma taxa de urbanização relativamente baixa quando comparada com os outros países da Africa Austral.
“Tem uma percentagem de população urbana ainda abaixo de 40%. O país está a urbanizar-se muito fortemente. A política de urbanização tem uma significância particular porque se tiver uma implementação bem conduzida permitirá introduzir medidas que poderão lidar com urbanização, de maneira que esta não traga desafios de gestão urbana, mas que, a urbanização traga também oportunidades para os residentes urbanos, para economia urbana que possa funcionar como um estímulo de crescimento social e econômico.”
Expectativas e transformação local
A Política de Urbanização é uma estratégia-chave de Moçambique para enfrentar os desafios da rápida urbanização.
O tema estará no centro das contribuições do país, uma vez que a política destaca o compromisso de Moçambique com o crescimento urbano sustentável e inclusivo, alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS.
Face à participação de Moçambique, espera se que com a presença ativa em painéis de discussão, Moçambique possa explorar soluções urbanas e habitacionais que possam ser adaptadas ao contexto moçambicano, promovendo cidades mais seguras e sustentáveis.
“É importante que a urbanização seja levada a sério, que esta antecipação da urbanização e a introdução de medidas que permitam lidar com a urbanização de maneira eficaz, são importantes porque permitirão enfrentar esses desastres naturais, essas crises de maneira a que não se tornem desastres totais para a sociedade.”
A 12ª. edição do Fórum Urbano Mundial, Wuf12, que iniciou na segunda-feira na cidade do Cairo, Egito, sob o lema Tudo Começa em Casa é promovido pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos, ONU-Habitat, em parceria com o Governo da República Árabe do Egito.
Participam no evento líderes e especialistas de todo o mundo, para discutir políticas e práticas de urbanização sustentável e habitação acessível.
*Ouri Pota é o correspondente da ONU News em Maputo.
Fonte: ONU News – Imagem: © Pnud Mozambique/Cynthia R Matonhodze