OMS classifica risco de propagação da cólera como muito alto no Líbano
Campanha de vacinação realizada por autoridades locais foi interrompida pela violência
Um primeiro caso de cólera foi detectado no norte do Líbano, aumentando os temores de que os deslocados pelo bombardeio israelense possam estar em risco de contrair a doença, que pode se tornar fatal.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que um plano de resposta foi ativado para fortalecer a vigilância, o rastreamento de contatos e a coleta de amostras de água.
Baixa imunidade à cólera
A identificação do vírus altamente infeccioso foi confirmada em Akkar, a província mais ao norte do país. Falando em Genebra na quarta-feira à noite, Tedros sublinhou que as autoridades de saúde libanesas lançaram uma campanha de vacinação oral em agosto, visando 350 mil pessoas.
No entanto, ele afirmou que esta campanha foi “interrompida pela escalada do confronto” entre o Hezbollah e os militares israelenses, marcada pela intensificação dos ataques de Israel no mês passado, em meio aos contínuos lançamentos de foguetes do Hezbollah contra as comunidades israelenses.
O representante interino da OMS no Líbano, Abdinasir Abubakar, expressou preocupação com o fato de que muitos dos que fugiram da violência no sul do país não têm proteção contra a cólera, que se prolifera em condições precárias de água e saneamento.
O especialista afirmou que a doença pode se espalhar muito rápido, “porque algumas dessas comunidades do sul e de Beirute não têm imunidade à cólera”. Ele classificou o risco de propagação como “muito alto”.