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Partido do governo da Venezuela diz que Brasil e Colômbia perdem se não enviarem observadores para as eleições

Por BdF – O vice-presidente do Partido Unido Socialista da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, disse nesta segunda-feira (10) que Brasil e Colômbia “perdem muito” se não enviarem observadores para as eleições venezuelanas, marcado para 28 de julho. O governo colombiano disse que não enviará observadores por falta de tempo. Já o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil, ainda não confirmou ao governo venezuelano de forma oficial se vai enviar observadores.

“Eles perdem. Eles deveriam vir à Venezuela para ver como se faz uma eleição, para aprender como se faz uma eleição. Não é fácil aprender a fazer eleições. Alguns dizem que não têm tempo, bom, isso é um problema de cada país, mas deveriam vir para aprender com o melhor CNE (Conselho Nacional Eleitoral) do mundo e com o melhor povo do mundo como fazer eleições. Quem quiser está convidado, desde que respeite as regras do órgão eleitoral”, afirmou Cabello em entrevista coletiva.

O anúncio do governo colombiano foi feito pelo chanceler, Gilberto Murillo, que disse não ter tido tempo para preparar uma equipe para uma missão. Já em relação ao TSE, jornais brasileiros noticiaram uma recusa do órgão em participar como observador do pleito. A resposta, no entanto, ainda não foi enviada ao governo venezuelano.

Na semana passada, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o chefe do Executivo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tiveram uma conversa por telefone para falar, dentre outras coisas, da presença de observadores no pleito venezuelano. Em nota, o governo brasileiro disse que é importante que as eleições na Venezuela contem com “ampla presença de observadores internacionais”. O texto publicado pelo Palácio do Planalto diz apoiar o acordo de Barbados, assinado entre governo e parte da oposição, e esperar também que as sanções aplicadas contra a Venezuela possam ser levantadas para “contribuir para que o processo eleitoral possa seguir adiante em clima de confiança e entendimento”.

Em maio, o CNE revogou o convite feito à União Europeia para acompanhar como observador as eleições presidenciais de 28 de julho. A decisão foi tomada depois que o bloco europeu ampliou a validade das sanções contra a Venezuela até 10 de janeiro, data da posse do presidente eleito.

Mais cedo, em conversa com diferentes agentes políticos, o vice do PSUV disse que a União Europeia é conhecida por tomar decisões unilaterais e mantém sanções. “Isso foi colocado na mesa e o CNE refletiu sobre como é possível manter sanções sobre o presidente do próprio CNE e manter acordo com o órgão eleitoral”, questionou.

Ele também afirmou que o convite está aberto a todos os países e órgãos que quiserem acompanhar o pleito venezuelano.

Diosdado também criticou alguns candidatos da oposição, que chamou de “muito perigosos”. Segundo ele, essa ala participou do golpe de Estado de 2002, boicotou alguns processos eleitorais e passou a receber, desde que Chávez assumiu o poder em 1999, financiamento dos Estados Unidos.

“Eles recebem financiamento estrangeiro. De organizações que os EUA usam para desestabilizar governos. Para criar suas obras em Estados que eles não podem dominar ou definir as linhas. Venezuela, desde Chávez até Maduro, tem uma linha de independência”, afirmou.

Em referência aos atores de direita que tentaram derrubar os governos chavistas, Diosdado Cabello disse que os EUA se transformaram em um lugar de proteção à “criminalidade venezuelana”.

Revisão do 1×10

Cabello fez um balanço também do chamado 1×10. O mecanismo de campanha criado pelo PSUV busca atrair o “voto consciente” da militância e dos eleitores de Nicolás Maduro. A ideia é que cada filiado ao partido consiga mobilizar 10 pessoas para ir às urnas e que converta ao menos um voto de alguém que nunca tenha votado no chavismo ou participado dos últimos pleitos que foram realizados desde a eleição de Chávez.

A campanha seria uma espécie de “vira voto”, movimento realizado no Brasil em 2018 para converter o voto de pessoas que não sabiam em quem votar ou que queriam votar no então candidato Jair Bolsonaro, para o candidato do PT, o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Segundo Cabello, isso favorece a “transparência das eleições” e é uma campanha para ajudar a reeleger Nicolás Maduro.

“Quando realizamos estas atividades de verificação e revisão, temos dito que o 1×10 deve ser ético, ligado à verdade, temos uma maquinária que a oposição não tem. Enviamos mensagens e as respostas que recebemos são para lançar foguetes, para comemorar a surpresa que vai acontecer”, afirmou.

Edição: Lucas Estanislau/Imagem: X @RanderPena

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