Durante a final do Campeonato Brasileiro Piauiense, entre Altos e Parnaíba, a secretária de Estado das Mulheres, Zenaide Lustosa, levantou a faixa do “Piauí Sem Misoginia”. Essa ação ressalta a importância de discutir questões de gênero também nos ambientes esportivos, onde ainda persiste uma cultura impregnada pelo machismo. A iniciativa tem como objetivo sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre a necessidade de promover espaços esportivos mais inclusivos e igualitários para mulheres, livres de misoginia, combatendo atitudes discriminatórias e fomentando o respeito mútuo.
Em maio, a Sempi realizará a terceira edição da Corrida contra o Feminicídio, um evento que irá oferecer uma série de serviços e ações voltadas para conscientização e combate à violência de gênero. Essas iniciativas também serão promovidas pelos Organismos de Políticas para as Mulheres (OPMs).
Nesse contexto, é importante destacar que, de acordo com dados da Agência Patrícia Galvão, os registros de violência doméstica aumentam quase 26% em dias de futebol. Essa relação entre o enfrentamento às violências contra mulheres e o esporte é evidenciada na pesquisa “Violência Contra Mulheres e o Futebol”, realizada pelo Instituto Avon e Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Segundo o levantamento, lesão corporal e ameaça são as principais notificações nas delegacias de Salvador, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre em dias de partidas de futebol.
Em relação ao perfil das mulheres vítimas, a pesquisa revela que, em casos de agressão física, a faixa etária mais afetada é de 18 a 29 anos, principalmente em Porto Alegre, com 37,4% dos casos. Já em casos de ameaça, a maioria está na faixa etária entre 30 e 49 anos, concentrando-se em São Paulo e Rio de Janeiro, com 49,7% e 49,6% dos registros, respectivamente, seguidas por Belo Horizonte, com 48%. Quanto ao perfil racial, mulheres negras em Salvador e Belo Horizonte correspondem a mais da metade dos registros por ameaças e agressões. Na capital baiana, o índice ultrapassa 80%, enquanto no Rio de Janeiro, elas representam 5 em cada 10 mulheres vítimas.
A misoginia, caracterizada pelo ódio, desprezo e aversão às mulheres, é uma questão urgente que coloca as mulheres em uma posição de subalternidade. A campanha PiauíSemMisoginia é um chamado à ação coletiva contra a violência de gênero. O Piauí sem Misoginia é oriunda de uma campanha nacional e visa sensibilizar a sociedade sobre a gravidade da violência de gênero. A campanha foi inserida na corrida dos 21 Dias de Ativismo, que ocorre por meio de ações conjuntas em uma mobilização contínua para conscientização e combate à violência contra as mulheres.
Fonte: Sempi