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Semcaspi debate fortalecimento das políticas públicas nas medidas socioeducativas

A Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi) promoveu, no auditório do Centro da Pastoral Paulo VI, localizado no Centro de Teresina, o I Fórum de Medida Socioeducativa. A iniciativa teve como tema “Perspectiva de Ação intersetorial na efetivação do serviço de socioeducativa (MSE) em meio aberto no município de Teresina”.
O I Fórum de Medida Socioeducativa no município de Teresina contou com a palestra magna ministrada pela professora da UFPI, Maria Dalva Ferreiro, intitulada “Rede na Medida: o tear do trabalho intersetorial na efetivação das medidas socioeducativas em meio aberto e as implicações normativas”.
Segundo Allan Cavalcante, secretário da Semcaspi, é um debate intersetorial e chama atenção para a importância de aproximar mais políticas públicas que assistem os adolescentes com medida socioeducativa.
“Esse é um evento muito esperado do serviço da medida socioeducativa. É o primeiro fórum municipal, em que foram convidados toda a rede que envolve esse público, como as secretarias, os órgãos da justiça, do Ministério Público, da Defensoria Pública e os adolescentes e suas famílias da medida socioeducativa, para discutir a intersetorialidade. Então, é preciso realmente da contribuição e da participação de todas as instituições, como saúde, educação, justiça, lazer e cultura”, ressaltou.
Para Elfrida Silva, juíza titular na Segunda Vara da Infância e da Juventude de Teresina, o fortalecimento da rede de proteção é importante para que a medida socioeducativa cumpra de fato o seu objetivo.
“O objetivo da medida socioeducativa não é punir o adolescente, mas sim fazer com que ele reflita a importância dele e ter um futuro na sua vida, fazendo com que ele tenha que mudar as suas perspectivas de vida. Para isso, temos que ter, realmente, um foco e uma forma de trabalhar unidos. Só com essa união é que podemos atingir esse objetivo. Nós temos adolescentes que precisam de melhores acompanhamentos psicológicos. E não é só os adolescentes, mas as próprias famílias também, que necessitam acompanhar melhor os filhos e contribuir pelo engajamento deles na sociedade”, explicou.
NECESSIDADES DE ACOMPANHAMENTO 
A professora e pesquisadora do Programa de Políticas Públicas da UFPI, Maria Dalva Ferreira, ministrante da palestra magna, explica que o debate com as instituições profissionais e de trabalhos sociais, que lidam com os adolescentes de medidas socioeducativas, contribuem com a compreensão das demandas deste público.
“É um tema complexo, que não é fácil de ser compreendido pela sociedade. E não é fácil também ser compreendido pelas instituições no processo de desenvolvimento da ação pública, das ações públicas que são essenciais quando eles estão cumprindo essas medidas. As demandas dos adolescentes se voltam para a questão da educação, o acompanhamento psicossocial e problemas decorrentes da ausência de acompanhamento desde a infância, no âmbito da cultura”, reforçou.
COMPREENSÃO DO PROCESSO
Danilo Frasão, jovem que passou pela Medida Socioeducativa, comenta que o primeiro passo para angariar resultados positivos, após cometer crime na adolescência, é compreender o processo e querer a transformação.
“Na adolescência cometi um crime e pedi perdão a Deus! Ele perdoou! Mas faltou resolver com a Justiça do homem. É preciso cumprir o que tem que ser cumprido. Nesse dia, eu comprei uma bíblia para mim. Quando eu cheguei em casa, a polícia estava na minha porta. Eu entendi o processo e eu fui, agarrei todas as oportunidades que me deram. Terminei meus estudos, fiz curso lá dentro e saí. Após isso, me casei e desenvolvi projetos sociais de distribuição de cestas básicas”, fala Danilo que atualmente, atua como cabeleireiro, profissão que se qualificou no CEM (Centro Educacional Masculino).
Fonte: Semcaspi

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