Custos dos Alimentos quase não variaram em setembro
O Índice de Preços dos Alimentos se manteve praticamente inalterado em setembro, ao atingir uma média de 121,5 pontos, contra os 121,6 do mês anterior.
Essa quase estagnação aconteceu mesmo após a disparada de custos na categoria do açúcar, revelou a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO.
Preços do milho
O Brasil, um dos maiores produtores globais de cana, impulsionou o salto de 9,8% em relação a agosto, o nível mais alto desde novembro de 2010. A forte safra, favorecida pelas condições do clima local, evitou uma maior alta global do produto.
A influência da grande produção no Brasil também teve reflexo na subida global em 7% dos preços do milho. A escalada esteve associada ao abrandamento das vendas do cereal na Argentina e ao aumento das taxas de frete nos Estados Unidos.
Em relação ao trigo, houve uma queda de 1,6% na sequência da grande oferta e das boas perspectivas de produção na Rússia.
O custo do arroz caiu 0,5% em setembro, na sequência do disparo de quase 10% no mês anterior, com a baixa procura de importações
Carnes
Na categoria das carnes, os preços mundiais também caíram, refletindo a oferta abundante dos principais fornecedores globais de aves, especialmente o Brasil. Houve uma grande oferta de exportação do Brasil e da Austrália contrabalanceando a recuperação dos preços internacionais da carne bovina.
As descidas observadas nos índices de oleaginosas, lacticínios e carne compensaram um aumento nos preços do açúcar e do milho, mantendo quase inalterado o índice global de preços de alimentos.
Em termos anuais, setembro marca ainda uma queda de 10,7% do custo da comida. O valor global também esteve 24% abaixo do máximo histórico de março de 2022, logo após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
A FAO registra um período de grandes preocupações com a perspectiva de oferta alimentar global mais restritiva na próxima temporada, ligada a inquietações sobre o impacto do fenômeno climático El Niño na produção.
Procura de cereais
Em setembro, os preços do óleo vegetal caíram 3,9%, enquanto o valor dos laticínios baixou 2,3%. O que ditou a nona queda mensal consecutiva do leite e derivados foram fracas importações e altas reservas nos principais produtores.
A agência da ONU publicou ainda o relatório sobre a oferta e a procura de cereais, com estimativas da produção mundial de 2.819 bilhões de toneladas este ano.
O total está ligeiramente acima da estimativa anterior de 2.815 bilhões de toneladas e cerca de 0,9% acima dos níveis de 2022.
Fonte: ONU News – Imagem: © UNICEF/Zhanara Karimova