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“Resolvi fazer essa obra porque acredito que ela é a redenção de um povo”, diz Lula sobre transposição do Rio São Francisco

Em Pernambuco e Paraíba, nesta quarta (28), presidente autoriza duplicação de estações de bombeamento e sobrevoa obras do Eixo Norte

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita, nesta quarta-feira (28/5), obras que garantem segurança hídrica a milhões de brasileiros em viagens a Pernambuco e Paraíba. As visitas marcam o encerramento da jornada Caminho das Águas, iniciativa do Governo Federal que reúne mais de 70 projetos de infraestrutura hídrica no âmbito do Novo PAC. As obras levam água para abastecimento humano, produção agrícola e desenvolvimento econômico no semiárido.

Pela manhã, em Salgueiro (PE), Lula afirmou que levar água ao povo do Nordeste é uma prioridade para ele desde o seu primeiro mandato. Segundo ele, a transposição do Rio São Francisco é a “redenção de um povo”.

“A transposição das águas do Rio São Francisco tinha como objetivo dar aquilo que Deus dá a todo mundo, que é um copo de água para beber para 12 milhões de pessoas que viviam no semiárido brasileiro. E por que tomei a decisão de fazer as obras do Rio São Francisco? É porque sei o que é ir para um açude sujo pegar água para beber”.

Lula disse que a transposição é a primeira parte da obra, em seguida é preciso a parceria dos governos estaduais, municipais e federal para fazer com que a água chegue até as casas dos cidadãos e propriedades dos pequenos agricultores para gerar renda. “O fim da transposição não é a gente terminar essa obra, é fazer a água chegar na casa das pessoas, tratada e com qualidade”, pontuou.

Em Salgueiro, o presidente participou da assinatura da ordem de serviço, no valor de R$ 491,3 milhões, para duplicar a capacidade de bombeamento de água em todo o Eixo Norte do Projeto de Integração do São Francisco ( PISF), nas estações de bombeamento intermunicipais EBI1, em Cabrobó (PE); EBI2, em Terra Nova (PE); e EBI3, em Salgueiro (PE). A obra amplia a capacidade de 24,75 m³/s para 49 m³/s, beneficia 237 municípios e cerca de 8,1 milhões de pessoas nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, destacou a importância da água do Rio São Francisco para quem vive no semiárido nordestino. “Hoje é mais que uma cerimônia, é um compromisso selado com a história, com o presente, o futuro e o povo do Nordeste. Damos mais um passo para que a transposição do Rio São Francisco cumpra sua missão integral, ser água para todos, o tempo todo, em todo o Nordeste”.

Na Paraíba, inauguração de trecho do Ramal do Apodi

Nesta tarde, Lula e ministros estão na Paraíba para a inauguração do Trecho I do Ramal do Apodi, na comunidade de Redondo, município de Cachoeira dos Índios. Com 115,5 km de extensão, a estrutura liga a Barragem Caiçara (PB) à Barragem Angicos (RN), com vazão projetada de 40 m³/s. A obra, iniciada em 2021, está 74,83% concluída e tem entrega total prevista para outubro de 2026, com investimento de R$ 1,45 bilhão. Quando finalizado, o ramal atenderá cerca de 750 mil pessoas em 54 municípios da Paraíba e do Rio Grande do Norte.

CAMINHO DAS ÁGUAS — A transposição do Rio São Francisco é considerada a maior obra de infraestrutura hídrica do Brasil e da América Latina. Foi idealizada e iniciada no governo do presidente Lula, com a meta de beneficiar 12 milhões de pessoas em 390 municípios e 294 comunidades rurais. O projeto foi oficialmente lançado em junho de 2007, após décadas de debates sobre a necessidade de levar as águas do “Velho Chico” para regiões historicamente castigadas pela escassez de água. Foram iniciadas as principais frentes de trabalho nos dois grandes eixos — Norte e Leste —, consolidando sua autoria e compromisso com o desenvolvimento social e econômico do semiárido nordestino.

70 AÇÕES – Além desses grandes canais da transposição do Rio São Francisco, outros projetos de segurança hídrica – como adutoras, ramais, reservatórios – estão espalhados pelos sertões da Bahia, Alagoas, Piauí e Maranhão, formando o Caminho das Águas. Somando estudos e projetos em andamento, são mais de 70 ações, todas elas inscritas no Novo PAC. Todo o Caminho das Águas estará em inspeção nos meses de maio e junho, por uma comitiva liderada pelo ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.

260KM — No domingo, 25 de maio, o Caminho das Águas teve início no Eixo Norte do PISF, em Cabrobó (PE). A estrutura marca o início dos 260 km de extensão percorridos pelo Eixo Norte, responsável por levar água a 237 municípios em Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. A obra beneficia 8,1 milhões de pessoas.

SISTEMAS – Durante a visita da comitiva, foi inaugurada a Estação de Tratamento de Água de Palestina do Cariri, na segunda-feira, 26 de maio, na área rural do município de Mauriti (CE). Ao todo, são 24 sistemas, dos quais 16 já foram entregues, com investimentos totais de R$ 126,1 milhões — R$ 112,4 milhões do MIDR e R$ 13,3 milhões do estado. O sistema de abastecimento de Mauriti beneficia 32 mil pessoas, com destaque para a comunidade de Palestina, que recebeu investimentos de R$ 10 milhões, e para a comunidade de Anauá, com R$ 15 milhões investidos.

CINTURÃO DAS ÁGUAS – O ministro Waldez Góes participou de visita técnica às obras do Cinturão das Águas do Ceará (CAC), um dos principais empreendimentos hídricos do estado, nesta terça-feira, 27 de maio. Com 145 km de extensão, o CAC tem como objetivo ampliar a oferta de água para mais de cinco milhões de pessoas em municípios como Fortaleza, Juazeiro do Norte e outros atendidos pelos açudes Orós e Castanhão. A obra é executada pelo Governo do Estado do Ceará, sob a responsabilidade da Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH/CE), e atualmente está com 83,49% de execução.

ABASTECIMENTO – A infraestrutura foi dimensionada para uma vazão de 30 m³/s e conta com um investimento total superior a R$ 2 bilhões, dos quais R$ 1,7 bilhão são provenientes de recursos federais já pactuados. A previsão é de que o projeto seja concluído até 31 de dezembro de 2025. Durante a vistoria, técnicos e autoridades federais e estaduais inspecionaram o andamento da obra e discutiram os impactos positivos da integração hídrica na região. O Cinturão das Águas é peça-chave para garantir o abastecimento humano, a produção agrícola e industrial, além de fortalecer a resiliência hídrica do Ceará frente aos períodos de estiagem.

Fonte: Agência Gov – Imagem: Ricardo Stuckert

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