
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quarta-feira (19) que seu governo não permitirá a “república de ladrão de celular” no país. A afirmação foi feita durante a inauguração do Hospital Universitário do Ceará, onde Lula defendeu a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública.
“A gente não vai permitir que os bandidos tomem conta do nosso país. A gente não vai permitir que a república de ladrão de celular comece a assustar as pessoas na rua desse país”, afirmou o presidente. Segundo ele, a PEC da Segurança tem o objetivo de fortalecer o Estado na luta contra o crime.
Lula criticou a gestão anterior, alegando que o país estava “abandonado” e que o governo passado priorizava o armamento da população em vez de soluções estruturais. “Ao invés de arma, nós temos que ter livro. Ao invés de delegacia, nós temos que ter escola”, enfatizou.
Lewandowski critica prisões sem provas
Durante o evento, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, abordou as críticas às decisões judiciais que resultam na liberação de presos. Segundo ele, muitas prisões são mal executadas pela polícia, sem dados concretos e provas suficientes.
“É um jargão que foi adotado pela população, que a polícia prende e o Judiciário solta. Eu vou dizer o seguinte: a polícia prende mal e o Judiciário é obrigado a soltar”, afirmou Lewandowski, durante uma palestra sobre o impacto da PEC da Segurança Pública nos setores de comércio e serviços.
O ministro, que atuou no Supremo Tribunal Federal (STF) entre 2006 e 2023, ressaltou que, se as prisões fossem feitas de forma técnica e com base em indícios probatórios consistentes, os criminosos dificilmente seriam libertados. “É claro que nós temos que aperfeiçoar isso. Nenhum juiz soltá um criminoso. Ele não está lá para soltar, ele está lá para fazer justiça. […] A polícia tem que prender melhor”, concluiu.
A PEC da Segurança Pública ainda será debatida no Congresso e promete ser um dos principais temas da agenda política nos próximos meses. O governo busca reforçar o papel do Estado no combate ao crime, ao mesmo tempo em que defende medidas sociais como educação e inclusão como soluções estruturais para a segurança pública.
Edição: Redação Jogo do Poder – Imagem: Agência Gov