
Buscando contornar a crise de popularidade que pode impactar a eleição de 2026, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dá posse, nesta segunda-feira (10/3), às 15h, a dois novos ministros no Palácio do Planalto. A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) assume a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), enquanto Alexandre Padilha passa a comandar o Ministério da Saúde.
A atual fase do governo remete às dificuldades enfrentadas na segunda metade do primeiro mandato de Dilma Rousseff, tanto em termos de popularidade quanto de composição ministerial. Gleisi e Padilha já integraram o governo entre 2011 e 2014, quando ela era ministra da Casa Civil e ele liderava a Saúde.
Na última quarta-feira, os dois compartilharam uma foto de mãos dadas, simbolizando a transição. Segundo Padilha, a reunião tratou do Conselhão e da agenda prioritária no Congresso. “Este é apenas o começo de uma série de encontros que farão parte dessa transição”, afirmou o novo ministro da Saúde.
Gleisi Hoffmann e o desafio da articulação política
Gleisi, primeira mulher a assumir a SRI, terá a missão de negociar com os líderes do Congresso para viabilizar pautas econômicas e melhorar a popularidade do governo. Entre suas principais tarefas estão a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, mudanças na previdência de militares e projetos da Reforma Tributária.
A petista, que tem histórico de lealdade a Lula, esteve à frente do PT durante sua prisão na Operação Lava-Jato e foi uma das principais vozes contra o impeachment de Dilma Rousseff. Sua proximidade com o presidente foi determinante para sua nomeação, apesar das pressões do Centrão para ocupar o cargo.
Padilha retorna à saúde em busca de uma nova marca
Alexandre Padilha reassume o Ministério da Saúde após quase uma década, com a missão de fortalecer a imagem do governo na área. Ele foi o responsável pela criação do programa Mais Médicos durante o governo Dilma, medida que enfrentou resistência de entidades da categoria, mas se tornou um dos marcos da gestão petista.
A saída de Nísia Trindade, considerada técnica e sem traquejo político, abre espaço para Padilha trabalhar em programas que sirvam como vitrine para 2026. Sua atuação será decisiva para evitar um destino semelhante ao do ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, que perdeu protagonismo após sua demissão.
A troca de ministros reflete o esforço do governo para consolidar sua base e buscar maior apoio popular, mirando a reeleição de Lula em 2026.
Fonte: Edição Redação JP, com informações CB – Imagem: Ricardo Stuckert