
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste sábado (24) que o país não pode permitir que as fake news e o que classificou como “canalhice” ganhem espaço no debate público. A declaração foi feita durante o lançamento do Programa Solo Vivo, no estado do Mato Grosso.
Ao discursar sobre iniciativas do governo federal, Lula anunciou que pretende lançar, ainda neste mês, um programa para reduzir o preço do gás de cozinha. O presidente também afirmou que, a partir de junho, pretende intensificar viagens pelo país com o objetivo de reforçar a divulgação de ações do governo e combater a desinformação.
— No mês que vem, eu vou fazer política nesse país. Vou começar a viajar, porque acho que chegou a hora de a gente assumir a responsabilidade e não permitir que a mentira, a canalhice e as fake news ganhem espaço. Que a verdade não seja soterrada — afirmou o presidente.
Lula também voltou a defender a regulamentação das redes sociais, ressaltando que o tema precisa ser debatido com o Congresso Nacional. Segundo ele, não é admissível que empresas de tecnologia operem sem regras claras enquanto outros setores da sociedade são regulamentados.
— É preciso que a gente discuta com o Congresso Nacional a responsabilidade de regular o uso dessas plataformas. Não é possível que tudo tenha controle, menos as empresas de aplicativos — declarou.
A fala ocorre em meio a críticas recentes a medidas econômicas do governo que tiveram forte repercussão nas redes sociais. Na última quinta-feira (22), o governo federal anunciou um aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empresas, operações de câmbio e seguros utilizados como investimento. A reação negativa do mercado e de setores da oposição levou o governo a revogar parte do decreto ainda no mesmo dia.
A situação remete ao episódio ocorrido em janeiro, envolvendo uma portaria da Receita Federal que atualizava regras de monitoramento de movimentações financeiras. A medida foi alvo de interpretações equivocadas que sugeriam a criação de um imposto sobre o Pix, o que foi desmentido pelo governo. Ainda assim, diante da repercussão negativa, a portaria foi revogada.
Outro momento de desgaste ocorreu após uma viagem oficial à China. Durante um jantar com o presidente Xi Jinping, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, teria solicitado a palavra para fazer uma fala, o que não estava previsto no protocolo do evento. Segundo relatos divulgados pela imprensa, a intervenção foi considerada “constrangedora” por parte dos presentes, e o episódio gerou reações nas redes sociais, com críticas direcionadas à primeira-dama.
Edição: Damata Lucas – Imagem: Ricardo Stuckert