Irã e EUA retomam diálogo em Omã, mas desconfiança persiste
Foi o primeiro contato direto entre Teerã e o governo Trump desde que o republicano voltou ao poder em 2025.

Em meio a tensões crescentes no Oriente Médio, representantes do Irã e dos Estados Unidos se encontraram no sábado (12), em Omã, para discutir o futuro do programa nuclear iraniano. Foi o primeiro contato direto entre Teerã e o governo Trump desde que o republicano voltou ao poder em 2025.
As negociações, conduzidas de forma indireta com mediação de Omã, aconteceram em um clima descrito como “produtivo” pelo lado iraniano. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou que as conversas duraram mais de duas horas e meia, seguidas por um rápido encontro entre os chefes das delegações, na presença do chanceler de Omã. Um novo encontro está previsto para a próxima semana.
Apesar do tom positivo, o histórico entre as duas nações pesa. Trump, que abandonou o acordo nuclear de 2015 durante seu primeiro mandato e reimpôs duras sanções ao Irã, tem ameaçado ação militar caso Teerã não contenha seu programa nuclear, que atualmente enriquece urânio a níveis próximos ao necessário para armas atômicas.
O Irã nega buscar armamento nuclear e exige que qualquer negociação seja feita de igual para igual. Teerã também rejeita discutir seu programa de mísseis balísticos, considerado essencial para sua defesa.
O momento é crítico: a região enfrenta uma escalada de conflitos desde 2023, com confrontos entre Irã e Israel, guerra em Gaza, ataques no Mar Vermelho e o colapso do regime sírio. Um fracasso nas negociações pode incendiar ainda mais o cenário geopolítico e colocar em risco a estabilidade global, especialmente no fornecimento de petróleo.
Apesar do início promissor, ainda há um longo caminho até a reconstrução da confiança entre os dois países. A diplomacia pode ter voltado à mesa, mas está longe de garantir um acordo.
Edição JP – Imagem: Reprodução Sky News