
O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) voltou ao foco em 2025 após o governo anunciar mudanças nas alíquotas. A medida, que visava reforçar a arrecadação, foi parcialmente revista após críticas de especialistas e reação negativa do mercado.
Aumento e recuo
Em maio, o Ministério da Fazenda elevou o IOF para diversas operações financeiras. Um dos pontos mais polêmicos foi a alíquota de 3,5% sobre investimentos no exterior. A previsão era arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026.
A medida gerou críticas imediatas. Economistas e membros do governo alertaram para o risco de fuga de capitais e impacto negativo na imagem do país junto a investidores internacionais. Diante da repercussão, o ministro Fernando Haddad recuou, revogando o aumento do IOF sobre aplicações no exterior, mas manteve o reajuste para empréstimos corporativos (3,95%) e transações com cartões internacionais (3,5%).
Reação do mercado
O mercado reagiu mal. O real se desvalorizou frente ao dólar, e analistas destacaram que a medida contrariava compromissos assumidos pelo Brasil no processo de adesão à OCDE, que prevê a eliminação gradual do IOF sobre operações cambiais até 2029.
Posicionamento do governo
Haddad afirmou que não há intenção de usar o IOF como instrumento de controle cambial. Segundo ele, as recentes oscilações do câmbio refletem ajustes globais e não justificam mudanças no regime atual.
Próximos passos
O episódio expôs o dilema do governo: aumentar a arrecadação sem comprometer a credibilidade econômica. A revogação parcial da medida mostra preocupação com a confiança do mercado. O desafio agora é equilibrar as metas fiscais com os compromissos internacionais de liberalização econômica.
Edição: Damata Lucas / Imagem: Rovena Rosa, Agência Brasil