Apesar de aumento, profissionais de enfermagem no mundo não são suficientes
Relatório da OMS indica que 78% de enfermeiros estão concentrados em países que com 49% da população global

A força de trabalho global de enfermagem cresceu para 29,8 milhões em 2023, quase 2 milhões a mais que em 2018, mesmo assim o número não é suficiente para atender a demanda global.
De acordo com um novo relatório da Organização Mundial da Saúde, OMS, a escassez de mão de obra de enfermagem deixa grande parte da população mundial sem acesso a serviços essenciais com desequilíbrios em várias regiões.
Um em cada sete enfermeiros nasceram no exterior
O levantamento consolida informações dos 194 Estados-membros da OMS e revela que 78% dos enfermeiros estão concentrados em nações que abrigam apenas 49% da população global.
Um em cada sete enfermeiros no mundo nasceu no exterior, revelando que muitos países dependem da migração internacional nesse setor. Essa proporção é maior nos países de alta renda, chegando a 23%.
Em contraste, a proporção em nações de baixa renda é de apenas 3%.

Características da força de trabalho
A força de trabalho de enfermagem é relativamente jovem. Cerca de 33% desses profissionais têm menos de 35 anos, em comparação com 19% que devem se aposentar nos próximos 10 anos.
No entanto, em 20 países, a maioria de alta renda, as aposentadorias devem superar os novos ingressantes, o que traz preocupações sobre a possível escassez de enfermeiros e falta de orientação para profissionais em início de carreira.
As mulheres continuam a dominar a profissão, representando 85% da mão-de-obra global.
Trauma da Covid-19
Apesar dos desafios o déficit mundial de profissionais no setor caiu de 6,2 milhões em 2020 para 5,8 milhões em 2023, com projeção de queda para 4,1 milhões até 2030.
Os países de baixa renda estão aumentando o número de enfermeiros graduados em um ritmo mais rápido do que os de alta renda. Mas estão enfrentando desafios para empregar e reter esses profissionais no sistema de saúde.
O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que o relatório contém “notícias encorajadoras”, sobre progressos. Por outro lado, ele ressalta que não se pode ignorar as desigualdades que marcam o cenário global da enfermagem.
A saúde mental e o bem-estar da força de trabalho continuam sendo áreas de preocupação. Apenas 42% dos países analisados têm esquemas de apoio à saúde mental dos enfermeiros, apesar do aumento da carga de trabalho e do trauma experimentado durante e desde a pandemia de Covid-19.
Fonte: ONU News – Imagem: Freepik