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Variante britânica da Covid-19 leva a Polônia a decretar lockdown nacional

A Polônia volta neste sábado (20) ao lockdown nacional para evitar o colapso do sistema de saúde. As medidas valem por pelo menos três semanas, e o governo não descarta um acirramento das restrições se a situação não melhorar. A variante britânica do coronavírus está se espalhando de forma dramática nas últimas semanas no país, onde é responsável por 52% das novas infecções, segundo o governo polonês.

A terceira onda de contaminações parece ter chegado com força no país. As autoridades sanitárias da Polônia registraram a quinta-feira (18) mais de 27.278 novos casos de Covid, maior cifra de novas infecções diárias desse ano, antes de cair para 25.998 contágios nesta sexta-feira. Isso representa quase o dobro da média atual de casos diários da vizinha Alemanha, que tem população duas vezes maior.

O Ministério da Saúde polonês contabilizou na quinta-feira 356 mortes em decorrência da Covid-19 e mais 419 nesta sexta-feira. Os números parecem baixos se comparados com a atual média de óbitos no Brasil, que está em cerca de 2 mil. Mas a Polônia tem uma população que corresponde a menos de um quinto da brasileira.

O país volta a fechar centros comerciais, hotéis, academias de ginástica, estabelecimentos culturais como museus, cinemas e teatros. Restaurantes continuam só podendo atender em sistema de entrega ou para viagem. Permanecem abertos estabelecimentos essenciais, como supermercados e farmácias.

Esse novo lockdown nacional chega cinco semanas depois da reabertura de hotéis, cinemas e teatros na Polônia. As máscaras continuam obrigatórias em todo o país, tanto em locais fechados como na rua. Não estão autorizadas máscaras caseiras de pano, mas sim os modelos cirúrgicos ou os conhecidos como PFF2 ou N95.
As escolas também fecham. As turmas iniciais, da primeira a terceira série, vinham tendo aulas presenciais, que agora voltam a ser à distância.

Sistema de saúde à beira do colapso

Há meses existe a preocupação de que os hospitais não consigam mais dar conta das internações e entrem em colapso, num sistema de saúde que vem demonstrando fragilidade durante toda a pandemia. O número de pacientes entubados já é o maior desde o início da pandemia, e em alguns lugares começam a faltar leitos de UTI.

Faltam médicos, enfermeiros, e não há leitos suficientes. Por exemplo, em Varsóvia, o Estádio Nacional foi transformado num hospital de campanha, com cerca de 500 leitos, mas apenas cerca de 270 estão ocupados, por falta aguda de pessoal. Médicos que atendem no estádio dizem que a situação é difícil: o hospital de campanha funciona com a metade do pessoal necessário. Cada médico tem que atender atualmente 28 pacientes, relatou o pneumologista Jacek Nasilowski, em entrevista à agência polonesa PAP.

Vacinação ágil

Já a vacinação contra o coronavírus é algo de que os poloneses se orgulham. A campanha está entre as mais rápidas do continente europeu. Cerca de 4,5 milhões de pessoas já receberam pelo menos a primeira dose da vacina, e 4,3% da população estão completamente imunizados. Para comparação, a Alemanha tem 8,4%, e o Brasil somente cerca de 5% da população imunizada. O inoculante da AstraZeneca não deixou de ser aplicado no país, mesmo depois de alguns países terem paralisado a utilização do imunizante.

Desde o início da pandemia, a Polônia já registrou quase 1,96 milhão de casos de Covid-19, segundo dados da universidade americana Johns Hopkins, que monitora os contágios no mundo. Mais de 48 mil pessoas morreram no país. (Com UOL)

Redação

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