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Ultraconservador Ebrahim Raisi vence eleições presidenciais no Irã

Ebahim Raisi, que era dado como favorito, venceu as eleições presidenciais no Irã já no primeiro turno. De acordo com resultados oficiais parciais divulgados hoje, o ultraconservador obteve mais de 62% dos votos.

“Com 28,6 milhões de votos apurados, Raisi obteve mais de 17.800.000”, declarou Jamal Orf, presidente da Comissão nacional eleitoral durante uma coletiva com a imprensa em Teerã.

“Eu felicito o povo por sua escolha”, disse o atual presidente do Irã Hassan Rohani em um discurso transmito pela tevê pela manhã, antes mesmo de os resultados oficiais serem divulgados. “A mensagem de felicitação oficial será feita mais tarde, mas já sabemos quem teve votos suficientes e foi eleito hoje pelo povo”, disse o chefe de governo, sem citar o nome do vencedor.

Em mensagens nas redes sociais, retransmitidas pela imprensa iraniana, os três outros candidatos deram a entender que reconheciam a vitória de Raisi.

Para a oposição no exílio e defensores dos direitos humanos o ultraconservador de 60 anos é a personificação da repressão. Seu nome é associado às execuções em massa de detidos de esquerda em 1988, uma tragédia na qual ele nega qualquer envolvimento.

Abstenção

A eleição presidencial no Irã despertou pouco entusiasmo no país e pode terminar com um novo recorde de abstenção superior aos 57% registrados nas legislativas do ano passado. A sensação entre os iranianos sobre as eleições era de um jogo de cartas marcadas, no qual Raisi aparecia como favorito.

A seleção de candidaturas, feita pelo Conselho de Guardiães da Constituição, foi dura. Mais de 600 candidatos se inscreveram para concorrer, mas só sete foram aceitos. Personalidades políticas de peso foram afastadas da disputa, como o ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad, o ex-presidente do Parlamento Ali Larijani, o atual vice-presidente Es-Hagh Jahanguiri e o reformista Mostafa Tajzadeh.

Os demais concorrentes parecem participar como figurantes: o general Mohsen Rezai, ex-líder da Guarda Revolucionária, disputou sem sucesso todas as eleições presidenciais nos últimos 20 anos, enquanto o conservador Amirhossein Ghazizadeh-Hachémi é deputado pelo partido Frente de Estabilidade da Revolução Islâmica no Parlamento e não convence os eleitores, de acordo com as últimas pesquisas de intenção de voto.

Jogo do Poder

Com informações AFP

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