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UE impõe novas sanções ao Irã por repressão a protestos

Deutsche Welle – Os ministros das Relações Exteriores dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE) concordaram nesta segunda-feira (14/11) em impor um novo pacote de sanções contra o Irã. A medida está atrelada à violenta repressão contra protestos antigovernamentais que abalam o Irã há semanas.

As sanções terão como alvo 32 indivíduos e organizações, incluindo membros do “círculo mais interno” da Guarda Revolucionária – a poderosa divisão das Forças Armadas iranianas tem sido apontada como responsável pela violência cometida por forças de segurança que resultaram em centenas de mortes e milhares de pessoas detidas.

Os afetados pelas sanções serão impedidos de entrar na UE e terão todos seus bens localizados no bloco europeu congelados. Atualmente, 97 pessoas e oito entidades estão afetadas por proibições de viagem e congelamento de bens devido a violações de direitos humanos no Irã.

“O mundo está assistindo”

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, confirmou o novo pacote de sanções e acrescentou que a Alemanha conseguiu – em ação conjunta com outros 16 países – colocar o assunto na agenda do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

“Não se pode deixar ninguém em Teerã, Mashhad ou Isfahan acreditar ser possível cometer crimes e se safar sem consequências”, escreveu Baerbock em sua conta oficial no Twitter. “A Europa e o mundo estão assistindo.”

O Irã criticou Berlim. “As autoridades alemãs deveriam olhar para a história de seu próprio país, a história dos direitos humanos no contexto de armar um regime agressor do Irã. A Alemanha não está em posição de culpar o Irã”, disse o porta-voz do Ministério do Exterior iraniano, Nasser Kanaani, segundo a mídia estatal.

Kanaani não disse a qual Estado se referia. Teerã considera Israel e os Estados Unidos seus arqui-inimigos, mas a Arábia Saudita também é um rival regional importante. O porta-voz acrescentou ainda que as sanções não vão afetar o Irã.

Quase 15 mil manifestantes detidos

Apesar das tentativas violentas de Teerã de reprimir os protestos que eclodiram após a morte sob custódia policial da jovem curda Mahsa Amini, manifestações – muitas vezes lideradas por mulheres – continuam a ocorrer em todo o país. A jovem, de 22 anos, foi detida em meados de setembro pela polícia da moral por supostamente ter violado o rígido código de vestimenta islâmico.

A União Europeia concordou com uma primeira rodada de sanções em outubro – este primeiro pacote visava a supracitada polícia da moral, bem como membros das forças de segurança Basiji. Autoridades europeias estimam que a milícia paramilitar voluntária, fundada por ordem do aiatolá Khomeini em 1979, matou vários manifestantes.

O bloco europeu também emitiu sanções paralelas ao Irã por seu apoio à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Nesta segunda-feira, o Conselho de Direitos Humanos da ONU anunciou ter agendado uma sessão especial em 24 de novembro para examinar “a deterioração da situação dos direitos humanos” no Irã.

De acordo com a agência de notícias Hrana, criada em 2009 por ativistas iranianos de direitos humanos, cerca de 336 manifestantes foram mortos e quase 15 mil pessoas foram presas atá agora. Teerã não confirmou esses números.

DW Brasil – pv/lf (dpa, Reuters)/Foto: SalamPix/abaca/picture alliance

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