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Repressão a protestos na Colômbia deixa pelo menos oito mortos

Organizações colombianas de direitos humanos denunciaram que pelo menos oito pessoas morreram em decorrência da repressão policial na cidade de Calí, Colômbia, durante o terceiro dia de protestos contra a reforma tributária promovida pelo presidente Ivan Duque.

De acordo com o relatório apresentado na sexta-feira (30) por uma Rede de Direitos Humanos, além das oito mortes, a ação policial deixou um saldo de 84 detidos, 28 feridos e três manifestantes desaparecidos, informa a Telesul.

Indicaram também que, entre os feridos, há três pessoas com perda de visão e um caso de abuso sexual por parte de policiais.

Apesar do número de mortos apresentado pelo órgão de direitos humanos, as comunidades registraram pelo menos 14 mortes devido à repressão em vários bairros da cidade colombiana.

A Rede de Direitos Humanos Francisco Isaias Cifuentes destacou que das oito mortes confirmadas, as primeiras vítimas foram dois menores denunciados no dia 28 de abril.

Durante a conferência de imprensa, as organizações de direitos humanos alertaram que não têm conseguido realizar o seu trabalho em plena normalidade, apesar do acordo prévio com as autoridades, razão pela qual desconhecem o paradeiro de algumas das pessoas detidas pelo forças policiais.

As organizações informaram que receberam denúncias de ações policiais em Calipso, El Diamante e em vários setores populares da cidade de Cali na noite de sexta-feira.

Representantes dos direitos humanos culparam o presidente e o prefeito de Cali pela repressão policial às massivas manifestações contra a reforma tributária.

Eles rejeitaram a proposta do governo do departamento de Valle del Cauca e da cidade de militarizar Cali para tentar acabar com as mobilizações. O ministro da Defesa, Diego Molano, anunciou na sexta-feira a chegada de cerca de 3.000 policiais e militares a Cali.

O presidente da Colômbia, Iván Duque, anunciou nesta sexta-feira que vai rever o projeto de reforma tributária rejeitado com grandes mobilizações desde 28 de abril passado em várias cidades do país.

“Dei uma instrução muito clara ao Ministério da Fazenda para (…) construir um novo texto com o Congresso que reúna consensos e também permita contar com propostas valiosas” dos partidos, do setor privado e da sociedade civil, afirmou. declarou em seu programa diário de televisão.

A proposta de Duque foi rejeitada pela oposição, sindicatos, estudantes e outras organizações da sociedade civil que a descreveram como inadequada e especialmente agressiva com a classe média. (Boletim Internacional)

Jogo do Poder

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