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Professores em greve sofrem ataques da gestão tucana e recebem contracheques sem os salários

Os professores mais ativos na greve da educação municipal de Teresina foram mais uma vez surpreendidos nesta quinta-feira (29) com a retirada de todo o salário dos contracheques do mês. Foi um amargo presente um dia após a celebração do Dia do Servidor Público.

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm) avalia que esse ataque do prefeito Firmino Filho (PSDB) e do ex-secretário de Educação Kleber Montezuma, candidato a prefeito pelos tucanos, é uma represália contra os trabalhadores mais ativos da Educação na greve que se estende desde março deste ano.

“Para demonstrar quem manda na cidade eles deixaram apenas um valor no contracheque: o do prêmio pelo resultado no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica)”, declara o coordenador do Sindserm, Sinésio Soares.

“A greve não foi julgada ilegal, e a Justiça demora, inexplicavelmente, para julgar a ação judicial do Sindserm em relação aos ataques do prefeito contra quem luta por seus direitos. Até lá, como os professores e professoras vão alimentar suas famílias?”, questiona o sindicato. “Serão penalizados por estarem lutando por seus direitos e dando uma lição de resistência incrível contra a ‘ditadura’ em Teresina?”, indaga a entidade.

Sinésio Soares acrescenta que, por coincidência, a prefeitura acaba de publicar a sentença para devolução dos descontos indevidos realizados por Firmino Filho e Montezuma na greve de 2013.

“Para dificultar a denúncia na imprensa, desta vez nem publicaram os contracheques. O Sindserm fica sabendo dos descontos pelo extrato do banco enviado pelas 78 professoras e professores escolhidos para os ataques, que têm por objetivo intimidar os que lutam na greve da educação municipal e se manifestam revelando a face cruel de gestores em interminável plantão no Palácio da Cidade. Eles tentam mais uma vez passar para a população a falsa ideia de que são bonzinhos e cumpridores da lei”, acusa o sindicato.

O Sindserm reitera que Kleber Montezuma é que vem orquestrando a estratégia para zerar os contracheques dos professores. A entidade também acusa a gestão tucana de rombo de R$ 100 milhões na Educação municipal.

Sinésio Soares, em entrevista a este portal Jogo do Poder, disse que a perseguição é orientada pelo ex-secretário e realizada com apenas 5% dos grevistas para tentar intimidar, mas teve efeito contrário. Segundo ele, o sindicato vem conseguindo saída financeira para empréstimo às lideranças que estão sofrendo perseguição política “orientada pelo ex-secretário de Educação”.

O sindicalista frisou que a entidade está recorrendo à Justiça para que os “descontos ilegais” sejam devolvidos. “A greve é legal”, assinalou, não vendo justificativa do ex-secretário e nem do prefeito Firmino Filho para promoverem esse tipo de ataque aos trabalhadores do movimento paredista, como forma de intimidação, além da atitude ser classificada como autoritária.

“Firmino sabe tanto disso que nem pediu a ilegalidade da greve na Justiça. Ele não paga os sete meses retroativos do Piso do Magistério; paga as mudanças de nível apenas para amigos e parentes do ex-secretário; não paga a titulação de especialistas, mestres e doutores. Eles odeiam quem estuda e se qualifica. Além disso, não respeitam nenhuma das 26 medidas legais da nota técnica do Ministério do Trabalho sobre atividades remotas dos professores”, denunciou o líder sindical.

“A greve continua e a culpa é do Firmino, pois se recusa a negociar com o sindicato desde o mês de janeiro, e a greve só veio a se iniciar dia 10 de março, quando ele decidiu não cumprir a lei federal 11738/2008”, sublinhou Sinésio Soares.

Rombo e fraudes

No mês passado, em entrevista a este portal Jogo do Poder, Sinésio Soares disse que em 2016, a atual gestão da prefeitura de Teresina provocou um rombo de R$ 100 milhões nas contas da educação, conforme comprovado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI).

“Firmino não se preocupa com os óbitos que já aconteceram antes mesmo do retorno presencial das aulas, porque o seu interesse é apenas eleitoral. Há também as terceirizações por bilhetinhos das licitações fraudulentas e contratos de serviços que precisam ser justificados nas 312 unidades de ensino, como os desvios que aconteceram em 2016 e nós comprovamos”, arrematou Sinésio Soares.

Sobre o debate promovido pelo sindicato com os que estão concorrendo a prefeito da cidade nas eleições deste ano, com a ausência de Kleber Montezuma, na noite dessa quarta-feira, 28, o Sindserm afirma que tanto Firmino Filho como Kleber Montezuma “estão se lixando para a solidariedade demonstrada pelos outros candidatos e querem mostrar quem manda na cidade. A pergunta é: até quando?”

Redação

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