Parlamento russo apela a cessar-fogo imediato em Nagorno-Karabakh e se propõe a mediar o conflito
Sputnik – Durante a sessão plenária desta terça-feira (29), a Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo) aprovou um decreto com a declaração sobre a situação em Nagorno-Karabakh.
Na declaração os parlamentares russos apelam às partes para que regressem às negociações expressando sua disponibilidade para serem mediadores na estabilização da situação.
“A Duma do Estado afirma a necessidade de um cessar-fogo imediato, de prevenir a escalada dos confrontos da região e a inexistência de alternativas a uma resolução pacifica da situação. Os deputados da Duma apelam às partes para que regressem à mesa das negociações o mais rápido possível, estando prontos para mediar a estabilização da situação”, lê-se na declaração.
Além disso, os políticos russos expressaram sua profunda preocupação com a deterioração dramática da situação na zona de Nagorno-Karabakh, o que levou a numerosas baixas, e condenaram veementemente o uso da força pelas partes do conflito.
Declarações de apoio militar à Armênia ou ao Azerbaijão fomentam o conflito
Quaisquer declarações de apoio militar, tanto à Armênia como ao Azerbaijão, jogam mais lenha na fogueira do conflito entre os países, disse aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Nesta terça-feira, 29, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, declarou que a Turquia está pronta a apoiar o Azerbaijão, tanto na mesa de negociações como no campo de batalha.
“Em primeiro lugar, o Kremlin parte da necessidade de um cessar-fogo imediato e paragem das hostilidades. Quaisquer alegações sobre qualquer apoio militar ou atividade militar jogam mais lenha na fogueira. Opomo-nos fortemente e não concordamos com isso”, disse Peskov.
Além disso, Rússia está em contato permanente com a Armênia, o Azerbaijão e a Turquia sobre a situação em Nagorno-Karabakh.
Na manhã deste domingo (27) houve informações sobre disparos e bombardeios contra a região de Nagorno-Karabakh. As autoridades da região pediram para que a população se protegesse. Logo depois, foram declaradas a lei marcial e a mobilização geral.
As origens do atual confronto armado em Nagorno-Karabakh, uma região autônoma de maioria armênia que proclamou independência em 1991 da então República Socialista Soviética do Azerbaijão, remontam ao fim do século passado.
Redação