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ONU: “Haiti não é somente um problema de haitianos, mas da região e de todos”

O secretário-geral  das Nações Unidas  disse observar uma espécie de impasse na estabilização do Haiti. António Guterres fez as declarações nesta segunda-feira em Kingston, na Jamaica, ao lado do primeiro-ministro, Andrew Holness.

O chefe da ONU destacou, em particular, que a situação na nação caribenha é trágica, com dramáticas necessidades humanitárias em meio a um sistema político paralisado.

Avançar positivamente o processo político

Após avaliar os níveis de violência de gangues como “absolutamente terríveis”, o secretário-geral disse que a expectativa é que haja apoio internacional para se fazer avançar positivamente o processo político que ajudará a ultrapassar o impasse.

Guterres lançou um apelo aos países com capacidade para tal que o façam, por defender que “o Haiti não é somente um problema de haitianos, mas da região como o de todos.”

As Nações Unidas informaram que no primeiro trimestre deste ano o número de episódios criminais dobrou em comparação com o mesmo período de 2022. Trata-se da ação de gangues e grupos de vigilantes com atos de retaliação.

Mais da metade das subdivisões da Área Metropolitana de Porto Príncipe apresenta restrições de movimento. As Nações Unidas pretendem maior acesso humanitário aos mais pobres e, ao mesmo tempo, que se permita aos haitianos buscar serviços e bens essenciais.

Áreas controladas por gangues

A proteção da população é tida como prioridade, especialmente para mulheres e meninas. Os setores de preocupação incluem o educacional, o de assistência médica, humanitária e da infraestrutura.

Agências humanitárias foram barradas por 330 vezes em ações em que foram feridos três funcionários do setor. Quatro meses após o início do ano letivo, foram atingidas 72 escolas, em comparação com oito no mesmo período do ano passado.

As áreas controladas por gangues concentram 48% dos hospitais na área metropolitana.

Ao lado da discussão da questão haitiana, a visita de Guterres à Jamaica abordou a reforma da arquitetura financeira global. Guterres lamentou que as promessas de US$ 100 bilhões por ano para economias em desenvolvimento não sejam implementadas desde o anúncio em 2020.

Lembrete da urgência

O montante seria atribuído pelos chamados países ricos em apoio às atividades para travar a mudança climática nos mais pobres.

Além de abordar a questão do clima, Guterres esteve numa antiga plantação, transformada em um patrimônio nacional jamaicano. Ele acompanhou relatos de combate dos escravos pela liberdade, ao aos quais chamou de um lembrete da urgência da luta para se eliminar o racismo e as desigualdades em todos os lugares.

Fonte: ONU News – Foto: ONU/Jermaine Duncan

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