Pressionados pelos cálculos frios da matemática em relação a números eleitorais e pelas chances cada vez mais distantes em conquistar a reeleição, tanto para deputado estadual como para deputado federal, alguns parlamentares que hoje pertencem a partidos da base oposicionista no Piauí, liderada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, estão começando a rever suas decisões e já pensam em migrar ao grupo da situação, que tem o governador Wellington Dias (PT) como líder. Circula pelos bastidores da política piauiense que esse é o caso, por exemplo, da deputada federal Margarete Coelho (PP-PI), que sente que não será reeleita na oposição.
A entrada do presidente da República, Jair Bolsonaro, ao PL para disputar a reeleição bagunçou a situação de muitos políticos piauienses que pertencem ao partido, mas fazem parte da base de apoio ao Palácio de Karnak. Temos como principais exemplos nesse sentido os deputados estaduais Coronel Carlos Augusto e o Dr. Hélio. Ambos permanecem na base de apoio a Wellington Dias e trabalham pela filiação ao PSD, partido da base aliada do governo petista. Esperam a janela partidária que abre em março e encerra em abril, para então confirmarem filiação.
O presidente estadual do PL, deputado Fábio Xavier, deve também sair do partido e já vem consolidando sua ida para MDB ou PSB. Da mesma forma, o deputado federal Fábio Abreu.
É nesse movimento que também se mexe a deputada federal Margarete Coelho, que é do partido do Ciro Nogueira, do PP. Ela observa que está cada vez mais difícil consolidar sua posição de destaque dentro da sigla, em que era uma das principais estrelas até outro dia. Não é segredo nos bastidores que ela vem se sentindo cada vez mais descartável dentro desse grupo de oposição.
Foi a muito custo que ela decidiu sair da base de apoio a Wellington Dias, com quem tem uma relação política bastante sedimentada e nunca mediu esforços, no Parlamento Federal, para garantir as demandas do governador Wellington Dias, que tinha a irmã da deputada, Sadia Castro, como secretária do Meio Ambiente na atual gestão. Margarete Coelho também foi vice-governadora de Wellington Dias em gestão anterior. Tudo isso demonstra que seria até bastante natural a sua volta à base de apoio do governo petista. Resta saber por qual partido.
