Liz Truss assume cargo de premiê do Reino Unido após encontrar rainha
A rainha Elizabeth 2ª, do Reino Unido, convidou, hoje, a ex-secretária de Relações Exteriores Liz Truss, de 47 anos, para formar um novo governo como primeira-ministra, o que oficializa a transição do cargo que, até esta manhã, pertencia a Boris Johnson. Ela será a terceira premiê mulher do país. Antes dela, passaram pelo posto Margaret Thacher (1979-1990) e Theresa May (2016-2019).
Mais cedo, Johnson encontrou-se com Elizabeth 2ª para oferecer sua renúncia como primeiro-ministro durante uma reunião em seu castelo Balmoral, na Escócia — pedido que foi aceito, informou um comunicado do Palácio de Buckingham. O protocolo segue a tradição política do país, devido à escolha, ontem, de Truss como líder do Partido Conservador.
Segundo a Sky News, Boris passou 40 minutos com a rainha. Ele estava acompanhado da esposa, Carrie Johnson, e deixou o palácio já como ex-premiê. Já Liz Truss chegou ao castelo de Balmoral momentos depois da saída de Johnson do local. Nas redes sociais da sede do governo britânico, em Downing Street, ela já está nomeada como premiê.
Liz Truss agradeceu a Boris Johson em seu discurso de vitória. A nova líder do Partido Conservador agradeceu ao seu antecessor por conseguir concluir o Brexit — processo de saída do Reino Unido da União Europeia —, por conduzir os britânicos pela pandemia de covid-19 e por “enfrentar Vladimir Putin” — o premiê se colocou como um forte crítico do presidente russo em relação à guerra na Ucrânia.
Boris Johnson enfrentou escândalos até deixar o cargo. Ontem, Johnson fez uma publicação nas redes sociais agradecendo pelos três anos em que esteve à frente do governo britânico. Depois, pediu que o partido apoie “100%” a nova líder.
O agora ex-primeiro-ministro anunciou sua renúncia em julho após uma intensa crise no governo que fez com que mais de 50 membros, entre ministros, secretários e auxiliares, deixassem seus postos alegando “falta de confiança” em sua gestão.
A crise foi desencadeada após Boris admitir que cometeu um “erro” ao nomear Chris Pincher para um cargo parlamentar importante. O político conservador foi acusado de assédio sexual e renunciou após admitir ter apalpado, quando estava embriagado, dois homens, incluindo um deputado, em um clube privado do centro de Londres.
Boris chegou a sobreviver ao voto de desconfiança movido pelo partido em junho, em decorrência do processo do chamado “partygate”, que escandalizou o Reino Unido por festas promovidas em Downing Street, sede do poder britânico, durante o lockdown nacional por causa da covid-19. Por isso, Boris Johnson estava imune a um novo voto de desconfiança por mais um ano. Mas essa garantia não foi o suficiente, e o escândalo envolvendo Pincher levou o então premiê a renunciar.
*Em atualização; com informações da Reuters