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Líder supremo do Taleban proíbe ‘castigo’ de ex-autoridades afegãs

O chefe supremo dos talibãs, mulá Hibatullah Akhundzada, ordenou às suas tropas que “não castiguem” funcionários do governo afegão deposto, depois que várias organizações de direitos humanos acusaram o regime islâmico de violência e de execuções sumárias.

“Respeitem minha anistia e não castiguem os funcionários do regime precedente por seus crimes do passado”, afirmou ele, citado hoje no Twitter por um porta-voz do grupo radical, Mohammad Naeem.

De acordo com Naeem, o mulá, que há anos não é visto em público, filmado, ou fotografado, pronunciou-se na noite de quarta-feira (29) diante de autoridades afegãs em Kandahar (sul), um reduto do Talibã.

Essas declarações foram dadas, após o aparecimento de um vídeo amplamente compartilhado nas redes sociais. Nele, dois combatentes talibãs são vistos agredindo um ex-oficial do Exército.

O emirado islâmico (nome que os talibãs deram ao seu regime) anunciou que um dos soldados seria punido.

Ao retomar o poder em meados de agosto deste ano, o Talibã decretou uma anistia geral. Apesar da promessa, a ONU e as ONGs Anistia Internacional e Human Rights Watch relataram “acusações confiáveis” de execuções sumárias e desaparecimentos forçados de mais de 100 ex-policiais e agentes de Inteligência.

Várias dezenas de mulheres afegãs protestaram nas ruas de Cabul, na terça-feira (28), para exigir que seus direitos sejam respeitados e pelo fim dos “assassinatos” de membros do antigo governo. Foram rapidamente dissolvidas pelos talibãs.

Em seu discurso, Hibatullah Akhundzada também pediu às autoridades locais e aos líderes tribais que garantam que os afegãos não deixem o país.

“Os afegãos não são respeitados em outros países, motivo pelo qual nenhum afegão deveria ir embora”, afirmou.

Milhares tentam ir embora, fugindo do novo regime e da crescente crise humanitária do país, privado de ajuda internacional desde o retorno dos talibãs e da saída das tropas americanas e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Fonte: AFP

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