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Estrutura para a Educação Especial nas escolas auxilia para elevados índices de aprendizagem

O Governo do Estado tem investido, ao longo dos últimos anos, em um ambiente educacional propício a elevados índices de aprendizagem. No Dia Estadual da Pessoa com Deficiência, comemorado em 9 de junho no Piauí, os avanços na área do Atendimento Educacional Especializado são celebrados.

O Atendimento Educacional Especializado (AEE) nas escolas da rede estadual foi reforçado com o investimento de R$1,5 milhão para aquisição de novos equipamentos para as salas de recursos funcionais.

Entre os equipamentos adquiridos, além de mobiliário, estão computadores, impressora braile, lupa eletrônica, máquina de escrever Braille, mouse com entrada para acionador, mouse com esfera e por toque, scanner com voz, teclado expandido com colmeia e lupa horizontal.

De acordo com o secretário de Estado da Educação, Ellen Gera, o avanço na educação inclusiva deve-se às políticas educacionais para atendimento especializado no Piauí. “Há 10 anos, o censo escolar do Piauí só conseguiu identificar mil crianças matriculadas nas escolas piauienses com algum atendimento especializado. Atualmente, dada toda essa política que temos no Estado de apoio à pessoa com deficiência, tivemos cerca de 22 mil matrículas nas escolas da rede pública (municipais e estadual), com atendimento educacional especializado. Isso é muito importante porque, com essas políticas, conseguimos identificar as necessidades dessas crianças e jovens e assim podemos preparar a escolas para atendê-las”, relatou o gestor.

São 165 salas de atendimento especializados instaladas nas escolas da rede estadual de Educação, atendendo mais de 1.400 estudantes com deficiência matriculados nas escolas da Secretaria de Estado da Educação (Seduc). Além disso, o Governo possui 6 Centros de Atendimento Especializados e apoia o trabalho de 30 ONGs que atendem esse público.

As ações da Educação Especial que auxiliam os estudantes dentro e fora da escola, como os seis centros de educação especializada, têm produzido resultados positivos. O estudante Luís Henrique, que possui deficiência visual baixa visão, é um exemplo do suporte da Educação Especial. Com apoio da professora que atende a sala de recursos multifuncionais, ele conseguiu participar pela primeira vez da 1ª Fase da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP).

Aos trinta e nove anos de idade, Luís Henrique estuda no Centro de Ensino Jovens e Adultos (CEJA) Professora Maria Rodrigues das Mercedes, localizada no bairro São Pedro, zona sul de Teresina, revela ser a primeira vez que participa de uma olimpíada científica.

“Esta foi a primeira vez que participei de uma olimpíada de matemática. A escola me incentivou a participar de diversas atividades como gincanas, competições de dominó e dama e, para mim, o que me chamarem eu vou fazer”, comentou Luís em tom descontraído.

Diante da baixa visão, descrita como qualquer grau de enfraquecimento visual que cause incapacidade funcional e diminua o desempenho visual, Luís foi acompanhado por professores para a realização da prova e contou com a estrutura da sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE).

“Mesmo com algumas questões sendo complicadas de resolver, pois em alguns assuntos de matemática sinto dificuldade, tive questões que consegui de forma tranquila. Eu gostei da prova de toda forma”, revelou Luis Henrique.

Ele relata que perdeu a visão como consequência de um tumor de que foi acometido aos 7 anos de idade.

“Perdi a visão diante do problema de saúde, tendo apenas 2% de visão, e não consegui seguir nos estudos. Entretanto, graças a Deus, hoje estou bem e agora pretendo terminar meus estudos e seguir em frente. Hoje faço minhas tarefas, estou aprendendo braile e acredito que tudo dará certo.”

Na sua rotina de atividades escolares, o estudante divide o seu tempo entre as ações na Associação dos Cegos do Piauí (ACEP), focado nos estudos em braile no turno da manhã, e durante o turno da tarde ele frequenta as aulas na VI etapa, equivalente ao 1ª e 2ª série do Ensino Médio no CEJA.

“Eu consigo ir para a ACEP para os estudos de braile e pela tarde tenho as aulas da EJA. É tranquilo pois escuto os assuntos do professores na sala de aula e complemento na associação com o apoio do professor, pois ele transcreve para a máquina braile os exercícios e, assim, consigo responder o material da escola”, informou Luis Henrique.

Com a rotina na Acep, Luis Henrique pretende ajudar outras pessoas sendo professor de braile. “Minha família me apoia muito. Minha esposa e meus dois filhos apoiam eu terminar meus estudos, fazer algum curso superior e pretendo ser professor em braile e fazer pedagogia. Esta é a minha vontade”, conta Luis Henrique.

Suporte aos alunos do AEE

O CEJA tem registrado 884 estudantes matriculados, destes 33 tem acompanhamento nas turmas de AEE e 8 estudantes da Acep com atividades na escola. O acompanhamento é realizado de forma presencial e on-line, em casos inacessibilidade de locomoção, informa a diretora Raimunda Soares Pimentel.

“Esses alunos, tanto da sala do AEE como os alunos das regulares, nesta primeira fase realizam a prova com os conhecimentos obtidos durante o ano letivo e com o foco em descobrir talentos. A partir do momento que a gente identifica aqueles alunos que mais se destacaram na matemática, buscamos fazer um preparatório com aulas extras para a segunda fase”, disse Raimunda Soares.

No CEJA os estudantes com deficiência visual, deficiência auditiva, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), autismo, paralisia cerebral recebem apoio pedagógico nas salas de AEE. Para contemplar os estudantes aptos a fazer o exame, a coordenação pedagógica solicitou provas da OBMEP específicas, exames ampliados, por exemplo.

Fonte: Seduc

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