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Em encíclica, Papa Francisco critica políticas neoliberais de economia

O Papa Francisco declarou neste domingo (4) em sua encíclica – texto papal de grande relevância – que a pandemia da Covid-10 deve ser a última crise a provar que as forças de mercado sem a atuação do estado não produzem os benefícios sociais que seus teóricos prometem. A reportagem é do portal G1.

A encíclica assinada por Francisco em Assis, na Itália, no sábado (3), cobre assuntos como imigração, a distância entre ricos e pobres, injustiças econômicas e sociais, desequilíbrios na atenção à saúde e o aumento da polarização política em muitos países, acrescenta a reportagem.

(ANSA) – O papa Francisco em frente ao túmulo de São Francisco de Assis, na Itália, sua terceira encíclica, a “Fratelli Tutti” (“Todos Irmãos”), que aborda os temas da “fraternidade e da amizade social” e é inspirada nos efeitos causados pela pandemia do novo coronavírus.

Anteriormente, Jorge Bergoglio já havia publicado as encíclicas “Lumen Fidei” (“Luz da Fé”), iniciada por Bento XVI, e “Laudato Si'” (“Louvado Sejas”), a primeira na história da Igreja Católica dedicada ao meio ambiente. Os dois documentos foram divulgados em 29 de junho de 2013 e 18 de junho de 2015, respectivamente.

A nova encíclica será publicada neste domingo (4), dia da festa litúrgica de São Francisco de Assis, ao qual Jorge Bergoglio deve seu nome como Pontífice. Conhecido como santo dos pobres, São Francisco também é o padroeiro dos animais e do meio ambiente.

A nova encíclica foi inspirada na pandemia do novo coronavírus e deve trazer reflexões do Papa sobre a sociedade atual, com foco na fraternidade e nas relações sociais.

Desde o surgimento da pandemia, Bergoglio vem usando sua voz para destacar a importância de uma sociedade unida e preocupada com os mais vulneráveis, criticando o que sempre chamou de “cultura do descarte”.

A assinatura da encíclica ocorreu durante uma missa celebrada pelo Papa na cripta que abriga o túmulo do santo, em sua primeira missão fora de Roma desde a eclosão da pandemia. Ao chegar na Basílica de São Francisco de Assis, Bergoglio saudou de dentro do carro os fiéis que o aguardavam em frente ao Sacro Convento.

O Papa não teve nenhum compromisso público durante sua visita a Assis. Antes de iniciar a liturgia na cripta, Francisco se curvou em frente ao túmulo do santo e beijou o altar. Além disso, levou consigo dois tradutores, “dom Antonio”, que passou o texto original em espanhol para o português, e “dom Cruz”, que supervisionou as outras versões.

“Faço isso como um sinal de gratidão a toda a Primeira Seção da Secretaria de Estado, que trabalhou nessa tradução”, afirmou. Devido às restrições impostas pelo novo coronavírus, apenas 20 pessoas participaram da cerimônia.

“O esforço para construir uma sociedade mais justa implica uma capacidade de fraternidade, um espírito de comunhão humana”, diz uma mensagem postada nas contas do Pontífice no Twitter, com a hashtag #FratelliTutti.

Organizações católicas reformistas reclamaram do título da encíclica, afirmando que o termo “fratelli” (“irmãos” em italiano) é sexista por não considerar as “irmãs”.

“O papa Francisco foi eleito sete anos atrás, e suas primeiras palavras à imensa multidão em frente à Basílica de São Pedro foram: ‘Irmãos e irmãs, boa noite’. Então por que voltar agora a um antiquado ‘Todos irmãos’, que não inclui as ‘irmãs’?”, questionou Colm Holmes, presidente da entidade We Are Church (Nós somos a Igreja).

Segundo o Vaticano, o título é uma citação literal de um texto de São Francisco de Assis e será mantido em italiano inclusive nas traduções da encíclica para outros idiomas.

Redação

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