GeralInternacionaisPolítica

Em comunicado, China pede a deputados brasileiros que não comentem Taiwan

O deputado federal Paulo Eduardo Martins (PSC-PR) divulgou em uma rede social nesta segunda (25) uma carta enviada à Câmara dos Deputados pela embaixada da China, que pede que os deputados evitassem falar sobre questões relacionadas a Taiwan, como a recente posse da presidente Tsai Ing-wen.

No último dia 20, Ing-wen assumiu o segundo e último mandato como presidente. A carta, do último dia 13, aponta que a “questão de Taiwan é assunto interno da China e relacionada diretamente aos interesses fundamentais do país.”

A assessoria de imprensa da Presidência da Câmara dos Deputados confirmou o recebimento da carta pela Secretaria de Relações Internacionais. A correspondência circulou entre os deputados “para conhecimento”.

No documento, a embaixada chinesa afirma que “seria muito agradecido” se a Câmara tomasse medidas para “conscientizar os deputados da sensibilidade da questão de Taiwan, evitar gestos ou atitudes que possam prejudicar ao Princípio de Uma Só China, como participar da posse referida, mandar mensagens de felicitação às autoridades de Taiwan, ou manter contatos oficiais com esta”.

Desde 1949, Taiwan é considerada pelos chineses como uma província revoltosa. Apesar de ter um governo democraticamente eleito, poucos países no mundo consideram a ilha como um Estado independente da China.

Após o protesto do deputado, militantes governistas impulsionaram a hashtag #VivaTaiwan no Twitter. Segundo o site Trends24.in, a hashtag figurou em primeiro lugar entre os tópicos mais mencionados da rede social, com mais de 132 mil tuítes. A hashtag permaneceu entre as mais citadas na lista mundial por cinco horas, e por quatro horas na brasileira.

Política ‘interna’

Também nesta segunda, a Embaixada da China no Brasil usou a sua conta na mesma rede social para reafirmar sua oposição à independência de Taiwan.

A embaixada afirma ser oposta a qualquer intercâmbio oficial com Taiwan sob o pretexto de cooperação para a prevenção epidemiológico, em referência à pandemia do novo coronavírus.

“Opomo-nos resolutamente à violação do princípio de uma só China na busca do suposto ‘espaço internacional’ para Taiwan. Opomo-nos ao incentivo e à conivência, por parte de forças externas, dos separatistas favoráveis à ‘independência de Taiwan’ e seu respetivo aproveitamento da epidemia para fins políticos”, completou.

Atualmente, a península tenta aproveitar o sucesso que obteve no combate contra o Covid-19 para se tornar membro da OMS (Organização Mundial da Saúde) e integrar-se à comunidade internacional, apesar da oposição chinesa. De acordo com as autoridades, a ilha teve apenas 441 casos confirmados e sete mortes. (A Referência)

Redação

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo