Desde que decidiu romper com o governador Wellington Dias, em meados de 2020, depois de anos de parceria, o senador Ciro Nogueira (foto acima) tenta se colocar como o principal protagonista da oposição
Meio sem rumo, como num misto de sentimento de abandono e desespero, o senador piauiense Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas (PP), tenta criar um fato político para atrair membros do próprio partido, que se distanciaram do parlamentar, e outras lideranças que antes viam no congressista um futuro promissor na seara político-eleitoral do ano que vem. Vendo suas bases deslizarem por entre os seus dedos, o senador anuncia lançamento, no dia 26 de abril, do seu nome como candidato a governador em 2022, coisa que nem ele mesmo acredita.
Desde que decidiu romper com o governador Wellington Dias, em meados de 2020, depois de anos de parceria, o senador Ciro Nogueira tenta se colocar como o principal protagonista da oposição, criticando atos do governador que antes ele aplaudia. Tanto as lideranças que anteriormente o acompanhavam como gente do seu próprio partido ficaram mesmo sem entender essa atitude, essa oposição “sangrenta” contra o ex-aliado petista. Tão tal que vários parlamentares progressistas, depois do rompimento do senador, continuam na base de apoio do governador. Ficou muito confusa, difícil de entender pela população essa postura radical contra o atual gestor do governo estadual, que continua tendo ao seu lado importantes lideranças do PP que defendem as bandeiras do petista.
Enquanto o senador patina na tentativa de abrir espaços políticos no Piauí, o governador Wellington Dias vem avançando e se fortalecendo cada vez mais no cenário político do estado, pela gestão serena à frente do governo, pela luta contra a pandemia da Covid-19 e, sobretudo, por seu protagonismo em âmbito nacional na guerra em favor da vacina em massa da população, liderando governadores de todo o país na abertura do diálogo com as mais diferentes esferas administrativas e institucionais, incluindo aí o Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional, Ministério da Saúde, além de organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU).
Costurando alianças
Wilson Martins, Wellington Dias e Robert Rios, em reunião virtual com outras lideranças do PSB nacional
Ainda nesta semana, Wellington Dias viu se consagrar o retorno do PSB às suas bases, no estado, e em âmbito nacional com o PT, numa reunião histórica entre o presidente estadual da sigla, ex-governador Wilson Martins; o vice-prefeito de Teresina, Robert Rios; o vice-presidente nacional do partido, Paulo Câmara, que é governador de Pernambuco; e o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.
Aliás, Carlos Siqueira, em recente entrevista, disse que, a despeito das rugas com o PT nas eleições anteriores, em Recife (PE), o seu partido não irá ficar “olhando no retrovisor”. Ele afirmou que o momento é de unir as forças democráticas para construir um projeto para derrotar o bolsonarismo.
“A eleição passou e não vamos ficar remoendo o passado, embora que as sequelas existam, precisam ser superadas em função do país. No entanto, a solução para 2022 nós não temos. É preciso saber quem terá as melhores condições de enfrentar Bolsonaro e isso só o tempo dirá. Nós não estamos olhando pelo retrovisor, mas devemos olhar em perspectiva”, afirmou.
Sobre o retorno do PSB à base governista no Piauí, Carlos Siqueira disse que esse fato político se constituia de grande importância em âmbito nacional. “Já tivemos juntos em várias ocasiões, e esse retorno nos deixa muito felizes. É uma aliança em benefício dos nossos estados (Pernambuco e Piauí) e do nosso país”, salientou.
Da mesma forma, o vice-presidente do PSB, Paulo Câmara, falou da sua alegria em presenciar essa reaproximação do PSB no Piaui com o governador Wellington Dias. “O governador Wellington Dias é um grande líder regional e nacional. Tem feito um trabalho muito importante à frente da luta pela vacina no país”, assinalou.
Para Wilson Martins, ele e Wellington Dias já construíram muitas coisas para o estado. “Estamos com toda à disposição pra ajudar na gestão com nossa experiência. Vamos ajudar a construir um Piaui melhor. Não tenho dificuldade em reconstruir esse caminho, porque Wellington Dias sempre foi pacato e respeitador”, pontuou. Da mesma forma, Robert Rios destacou a importância dessa união de forças, ressaltando que o PSB tem muito a contribuir para gestão petista e para o Piauí.
Daí, pode-se concluir que petista Wellington Dias, de forma muito natural, sem tentar construir fato político e como resultado de um trabalho reconhecido nacionalmente neste momento de pandemia, vem atraindo, cada vez mais, lideranças que vão marchar ao seu lado quando 2022 chegar.
Ao senador Ciro Nogueira cabe se encontrar e cuidar para não perder o que conquistou, mesmo às custas de uma ambição política que desconhece ética, respeito e limites. Sua anunciada candidatura ao governo do Estado, neste momento de crise sanitária que atravessa o Brasil e o Piauí, soa como algo forçado e completamente fora de propósito.
Muitos analistas políticos já preveem que no ano que vem, o progressista deverá apontar outro nome para assumir o arriscado e temeroso papel político que Ciro não vai querer representar: o de perdedor. Principalmente se Wellington continuar se fortalecendo como protagonista político e aglutinador das mais diferentes lideranças regionais.
Redação Jogo do Poder