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Eleições 2020: Teresinense precisa sair da “zona da comodidade” e exercer seu direito de mudança

Caminhamos praticamente para três décadas de reinado tucano no trono do Palácio da Cidade. A capital do Piauí só experimentou algo diferente nesse período quando o então vice-prefeito Elmano Férrer, que pertencia ao PTB, assumiu como titular em 2010. Com estilo ousado, conseguiu se destacar na gestão por dois anos, mas esse tempo não foi suficiente para quebrar a hegemonia do PSDB, que recolocou Firmino Filho para impedir a reeleição do chamado “Veim”. O tucano já é prefeito pela quarta vez e agora lança o seu companheiro Kleber Montezuma, ex-secretário de Educação do município, para que o partido continue no poder da capital.

Agora, como se explica essa hegemonia? Seria por gestões eficientes que se sucedem ou o teresinense está viciado nessa chamada “zona de comodidade” e prefere não arriscar? De todo modo, o que se observa é que as gestões se sucedem da mesma forma, como o mesmo modus operandi, pegando por baixo as demandas da população. Gestões que não ousam e que seguem a mesma rotina de cidades interioranas. Quem conhece outras capitais, mesmo as mais próximas, não entende como Teresina parece parada no tempo.

O grande cartão-postal das gestões tucanas tem sido a Educação, com poucos problemas a solucionar. Mas até nesse aspecto, a Teresina cansou. Exemplo disso é a revolta dos profissionais da Educação, paralisados desde março, embora o prefeito e seu candidato prefiram afirmar que as aulas estão paralisadas por conta da pandemia. Não é bem assim, como mostra matéria publicada pelo G1, em março deste ano, início da pandemia: https://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2020/03/10/professores-da-rede-municipal-iniciam-greve-e-acampam-diante-da-camara-de-vereadores-de-teresina.ghtml

O teresinense parece também não ligar que a capital do Piauí figure entre as 20 piores cidades do Brasil com cobertura de esgotamento sanitário, como destaca o site Trata Brasil, que você pode ver aqui: http://www.tratabrasil.org.br/blog/2020/07/21/investimento-em-saneamento-nas-20-piores-cidades-do-ranking-2020/.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Teresina tem atualmente somente 31% de cobertura de esgoto, o que não condiz com o status de capital. A cidade, para se apropriar de projetos essenciais para o seu crescimento, continua dependendo quase que literalmente de recursos federais e estaduais.

As gestões tucanas dependem muito também de recursos de emendas parlamentares, como informou o senador piauiense Elmano Férrer, do Podemos, na última quarta-feira, dia 12 de agosto: “ As obras dos viadutos do Contorno Rodoviário retomaram com todo protocolo de segurança. É uma alegria tirar do papel obras tão importantes que vão mudar a realidade do trânsito da capital.  Investimos R$ 30 milhões de emendas nossas nos dois viadutos que estão sendo executados em Teresina. Vamos continuar trabalhando por mais investimentos em infraestrutura.”

É evidente que a bancada federal tem obrigação de fazer tais investimentos, mas o que se observa é que Elmano Férrer continua sendo “prefeito de Teresina”. Obras de grande porte na capital fazem parte de projetos que estão engavetados há vários anos, mas nunca saíram do papel. O que falta mesmo, podemos assim afirmar, é criatvidade, coragem e ousadia.

Isso são apenas uns tópicos do que precisa ser dito, para que o teresinense faça uma reflexão e analise melhor as opções que tem para as próximas eleições municipais.

Candidatos, o teresinense tem, o que precisa é avaliar cada um para tomar uma decisão que não seja automática e nem rotineira. Um dos pré-candidatos que mais se destaca é o Dr. José Pessoa Leal, do MDB, de 74 anos, que já exerceu vários mandatos como vereador e chegou à Assembleia Legislativa no cargo de deputado estadual, cujo mandato terminou em 2019, quando se candidatou ao Governo do Estado, perdendo para a reeleição de Wellington Dias.

Mas Dr. Pessoa vem liderando as pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura de Teresina desde o início deste ano. De acordo com o último levantamento do Instituto Opinar, o emedebista mantém-se em torno de 31%, seguido pelo deputado federal Fábio Abreu, do PL, com 19,25%. Kleber Montezuma, pré-candidato tucano, está na terceira colocação na corrida eleitoral, com 13,50%.

Temos outros candidatos: Simone Pereira, do PSD, secretária de Agronegócio do Piauí. O PT tem como pré-candidato Fábio Novo, que é secretário estadual da Cultura, licenciado do mandato de deputado estadual. O presidente estadual do PSC, Valter Alencar, também figura como pré-candidato do partido para disputar as eleições municipais de Teresina. Ele chegou a disputar as eleições para Governador em 2018. O major Diego Melo é o pré-candidato do Patriota, presidente da Associação dos Oficiais Militares de Piauí. O empresário Fábio Sérvio, do PROS, é outro que tem a pré-candidatura apontada pelo seu partido. Ele também disputou as eleições para o cargo de Governador em 2018.

São esses alguns nomes que começam a se destacar no cenário eleitoral de Teresina. Cabe ao teresinense exercer seu direito de mudança e escolher o melhor. Ou não!

Da Redação

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