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Convidado por Ciro Nogueira, Bolsonaro comete crime e infrações gravíssimas na inauguração de ponte entre Piauí e Maranhão

Provocando aglomerações, sem máscara e sem capacete, passeando em pé na garupa de uma moto da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Todas essas atitudes são consideradas criminosas, porque são contrárias às recomendações dos organismos nacionais e internacionais no tocante à pandemia do novo coronavírus e também porque fogem às regras de conduta impostas pela PRF, pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e Departamentos Estaduais de Trânsito no Brasil (Detrans).

Mas foi desta forma criminosa que o presidente do país, Jair Bolsonaro (sem partido), comportou-se na inauguração da ponte que liga Santa Filomena, no Piauí, a Alto do Parnaíba, no Maranhão, por volta de meio-dia desta quinta-feira, 20 de maio, cometendo infrações gravíssimas contra as medidas sanitárias e leis de trânsito.

Veja o vídeo (Meio Norte)

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do Progressistas, foi quem fez o convite ao presidente para a inauguração da ponte, cujo maior volume de recursos foi de emenda parlamentar do senador Marcelo Castro (MDB) – cerca de R$ 17 milhões. Mas o senador progressista foi quem tentou brilhar na inauguração.

Em seu discurso, como já é de praxe, Jair Bolsonaro voltou a realçar seu papel negacionista frente à pandemia, emitindo duras críticas às medidas sanitárias de prevenção à doença. Ele não concorda com as medidas de restrição de atividades econômicas que estão sendo implementadas pelos governos estaduais e prefeituras para conter o avanço da Covid-19 e evitar o colapso da rede hospitalar do país.

“Grande parte dos brasileiros vivem da informalidade, não tem carteira assinada, e foram esquecidos por esses que mandaram fechar o comércio e destruíram milhões de empregos. Mas a nossa obrigação não é brigar, é buscar solução. […] Estamos tendo problemas com o desemprego sim, querem botar na minha conta também. A culpa é de quem fechou tudo sem qualquer responsabilidade, sem qualquer comprovação científica. Obviamente, defendemos as medidas de distanciamento e higiene, mas o emprego é tão, ou mais, importante”, afirmou Bolsonaro.

Mais uma vez, o presidente falta com a verdade ao afirmar que não havia comprovação científica de que o isolamento seria uma das estratégias recomendadas por especialistas para conter o avanço da pandemia. Dezenas de países estão voltando à normalidade depois que adotaram essa e outras medidas para diminuir a transmissibilidade do coronavírus. O que o gestor do país deveria ter feito – e não fez ou fez precariamente – foi garantir às pessoas as condições mínimas de sobrevivência para enfrentar o isolamento social.

Ainda durante a solenidade, que foi marcada por aglomeração e falta do uso de máscara pelos convidados, o presidente da República rebateu as críticas de partidos da oposição sobre o valor do Auxílio Emergencial e fez referência ao ex-presidente Lula (PT), contra quem Bolsonaro deve disputar, de forma polarizada, as próximas eleições presidenciais. Ele prefere atacar, agredir ou minimizar o crescimento do petista na preferência da população nas eleições para presidente.

Ele ainda precisa de um partido para se candidatar à reeleição, então citou o Progressistas, do senador piauiense Ciro Nogueira. “Ele não está apaixonado por mim não, ele está me namorando. Quer que eu volte para o partido Progressistas. Quem sabe. Se ele for bom de papo, quem sabe a gente volte pra lá. Não estou me fazendo de difícil. É um grande partido”, disse Bolsonaro, que está sem partido desde que deixou o PSL ainda em 2019.

E como não poderia deixar de ser, porque era isso que o senador pretendia, Ciro Nogueira danou-se a atacar o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que não compareceu à solenidade por falta de convite do cerimonial presidencial e do principal organizador do evento, o parlamentar piauiense.

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