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Ciro Nogueira se perde no seu discurso, atropela a Lei Eleitoral e não sabe mais o que quer

Com várias tentativas fracassadas para se viabilizar como candidato a governador do Piauí nas próximas eleições, o senador piauiense Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas, vem metendo os pés pelas mãos, perdendo a noção do tempo e seu espaço na política piauiense. Em entrevista a um portal da cidade de Teresina, disse que poderia até se lançar à candidatura de senador, para confrontar o governador do Piauí, Wellington Dias, nome que vem sendo trabalhado pelo PT para postulante ao Senado em 2022. Será que o parlamentar não sabe que não pode ser candidato ao cargo de senador no ano que vem, já que não terá cumprido nem metade do seu atual mandato, como reza a Lei Eleitoral? Pela lei, um senador não pode concorrer ao mesmo cargo na metade do seus 8 anos de mandato. Ele foi reeleito em 2018.

“Tudo é possível [concorrer ao Senado], será a vontade do povo [que vai determinar seu destino político], apesar de que hoje a vontade popular é pra que eu seja governador”, declarou Ciro Nogueira. O problema é que nem o senador acredita no que vem dizendo, porque já fez evento de lançamento da seu nome para governador, mas a receptividade não teria lhe agradado. Já tentou se fortalecer com esse objetivo trazendo o presidente da República, Jair Bolsonaro, ao Piauí, à cidade de Santa Filomena para inaugurar uma ponte, mas poucas lideranças compareceram. Sem falar nas polêmicas causadas pelo presidente ao quebrar regras de protocolo sanitário por causa da Covid-19 e das leis de trânsito, ao andar na garupa de uma moto da Polícia Rodoviária Federal, em pé e sem capacete.

Isso foi um desastre para Ciro Nogueira, que poucos dias depois anunciara o retorno do presidente ao Piauí, desta vez a Teresina, para entrega de equipamentos agrícolas. Tudo certo, tudo arrumado, mas na última hora a assessoria de Jair Bolsonaro afirmava que ele não viria. Mais um banho de água fria nas pretensões do senador em tentar se fortalecer e se viabilizar como candidato a governador.

Já dissemos aqui que uma das grandes armas de Ciro Nogueira para se fortalecer como candidato a governador do Piauí é a performance positiva do presidente da República, cujo governo o senador defende com unhas e dentes. Além disso, precisa unir sua base política no estado, só que parte das lideranças caminha com seu adversário, Wellington Dias, que, através de ações bem esquematizadas, vem minando o terreno do progressista nas cidades, principalmente com o seu provável candidato a governador, Rafael Fonteles, à frente do PRO Piauí, que agora dispara a segunda versão Municípios, cujo programa prevê execução de empreendimentos em várias frentes no interior piauiense.

Em relação a Jair Bolsonaro, a aprovação do presidente vem caindo pelas tabelas, principalmente por sua desastrada gestão econômica e de enfrentamento à pandemia da Covid-19, à qual continua esnobando, desrespeitando protocolos sanitários e, por isso, sendo satanizado por grande parte do Brasil e pela opinião pública mundial. Como se não bastasse, a CPI da Covid no Senado vem colocando a nu o presidente e sua gestão frente à pandemia, chegando cada vez mais à conclusão de que centenas de milhares de mortes poderiam ter sido evitadas se a postura do gestor fosse outra. E o senador Ciro Nogueira não encontra espaço na CPI para defender o indefensável.

Outro problema para Ciro Nogueira é que, de repente surge o ex-presidente Lula (PT), de quem o parlamentar já foi apoiador incondicional, como o candidato da polarização com Jair Bolsonaro, que já anunciou que vai concorrer à reeleição. Desde que o petista recuperou seu direito de concorrer, vem atropelando as pretensões do atual presidente, como afirmam as pesquisas eleitorais. E isso não é bom para o senador piauiense.

Mas ele não desiste. Ciro agora quer ser candidato ao cargo que já exerce, mas tenta se lançar de forma completamente equivocada.

Jogo do Poder

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