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Ciro Nogueira admite que Bolsonaro perde forças; senador pode refluir da sua candidatura ao Governo do Piauí

As manifestações contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que ocorreram nesse fim de semana em praticamente todo o país, estão repercutindo ainda nesta segunda-feira (31) no meio político nacional. Considerado aliado de peso de Bolsonaro, o presidente nacional do Progressistas (PP), senador piauiense Ciro Nogueira, finalmente concorda que o atual presidente não teria fôlego para se reeleger se as eleições fossem hoje.

Entretanto, o parlamentar piauiense aposta todas as suas fichas na performance positiva do atual mandatário da República no resto deste ano e em 2022 para viabilizar a candidatura do próprio senador ao Governo do Piauí no ano que vem. Porém, ele já trabalha um “plano B” chamado Sílvio Mendes (PSDB), ex-prefeito de Teresina, segundo informações de bastidores.

O jornal O Globo divulgou nesta segunda-feira entrevista com Ciro Nogueira, em que ele afirma que Bolsonaro está no pior momento do seu governo, o que o inviabilizaria numa disputa eleitoral neste momento.

Outro cenário que trabalha contra Ciro Nogueira e Jair Bolsonaro é o ex-presidente Lula (PT), que vem conquistando terreno importante junto ao eleitorado e também entre os partidos do chamado Centrão, onde se destacam o próprio Progressistas, além de PSD, PL, Republicanos, Solidariedade, PSC, entre outros.

Bolsonaro X Lula

Ex-Presidente Lula durante reunião do PT -Estratégias para a Economia Brasileira- Foto: Sérgio Lima/PODER 360

Para o senador progressista, Lula não é o mesmo de anos atrás, e o povo tende a rejeitar o retorno do PT ao Governo. “O grande discurso é: ‘O Lula de hoje que está vindo aí não é aquele Lula. É o Lula para trazer o PT de volta’. Não tem partido mais odiado no país do que o PT”, destacou.

Não é o que pensam outras lideranças. Para Guilherme Boulos (PSOL), líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e coordenador da Frente Povo Sem Medo, o sentimento anti-PT e anti-esquerda — que predominou nas eleições presidenciais de 2018 — não deve ser força hegemônica para as eleições de 2022. Na avaliação dele, o motor da disputa eleitoral do ano que vem será um “sentimento contra [o presidente] Bolsonaro”.

“O sentimento que a gente já vê hoje no Brasil e que provavelmente irá pautar as eleições de 2022 é muito diferente do sentimento que pautou 2018”, disse Boulos, ao participar de uma entrevista nesta segunda-feira no portal Uol, conduzida pela jornalista Fabíola Cidral e pelo colunista Josias de Souza.

Ciro admite

“O presidente está no pior momento por conta da situação do país. As pessoas estão com muita dificuldade de se alimentar. Estamos em um momento difícil, só que o Brasil vai crescer perto de 5% neste ano”, aposta Ciro Nogueira, na esperança de que o atual presidente recupere o fôlego em 2022. O senador acredita que no próximo ano, com a retomada da economia após a pandemia da covid-19, o cenário vai mudar e Bolsonaro consiga a reeleição. “Quem elege e reelege presidente é a economia”, completou.

Mas o que pesa mais contra o presidente é justamente a sua atuação na política econômica e, principalmente, na condução (ou não) de suas ações no enfrentamento à pandemia da Covid-19. Esses eventuais desmandos vêm sendo investigados na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pelo Senado. Lá, o cenário é também negativo para o presidente.

Reeleição

“Hoje, ele [Bolsonaro] não seria reeleito, mas no próximo ano a perspectiva é muito boa. Muito positiva. O mundo está comprando muito. Não tem nada que o Brasil produza que os preços não estejam maravilhosos. O mundo está comprador e vai precisar cada vez mais do nosso país. Não vejo como o próximo ano não seja fantástico para o Brasil e, se isso ocorrer, o presidente vai ganhar a eleição e ainda, acredito, com muita facilidade”, seguiu o senador.

Só que esse pensamento positivo do senador esbarra na opinião pública local e mundial. As agressões ao meio ambiente, negacionismo da pandemia, ataques a nações parceiras, como a China, e o número de mortes da Covid que está sendo colocado nos seus ombros vão pesar bastante nas eleições vindouras. O senador ainda duvida da memória do eleitorado brasileiro.

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