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Casa Civil – Piauí pode ser prejudicado por conta de um projeto de poder

É impressionante como a inveja e a sede de poder podem impactar um político ao ponto de tentar atrapalhar a vida de milhões de pessoas. É o que já se vislumbra nos bastidores da política piauiense, pela prática de política de esgoto, da política rasteira que pode acontecer em prejuízo do povo piauiense com a ascensão do senador Ciro Nogueira (PP-PI) à Casa Civil, fato que deve ser oficializado nesta segunda-feira, 26, pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

Comenta-se que uma das razões para o convite de Jair Bolsonaro a Ciro Nogueira tenha sido o fato de o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter aprovado um empréstimo de R$ 800 milhões para o Governo do Piauí, comandado pelo petista Wellington Dias, contra quem o senador tenta fazer oposição no estado para as eleições do próximo ano. Dizemos “tenta”, porque o povo do Piauí está com os dois pés atrás em relação a Nogueira, que até o ano passado endeusava o governador do Piauí, e agora tenta satanizá-lo, por um projeto de poder, desconfiam. O convite teria sido para esfriar a ira do senador piauiense, que não gostou nada da autorização desse empréstimo. O parlamentar é um dos principais líderes do chamado centrão, um conjunto de partidos de direita, de centro-direita e de extrema-direita que dá sobrevida ao governo de Jair Bolsonaro.

Essa sede poder e de tentar mandar no Piauí é tão visível que até as principais lideranças do Progressistas, partido de Ciro Nogueira, continuam marchando ao lado do governador Wellington Dias, a despeito dos rancores do senador. Alguns devem, inclusive, deixar o partido, pela pressão que estão recebendo para que deixem a base aliada do governo estadual. Mas não querem deixar, porque desconfiam que estariam sendo usados pelo senador.

O senador vem tentando a todo custo minar a influência do comandante do Palácio de Karnak, mas o efeito tem sido contrário, ainda mais com esse programa chamado PRO Piauí, que, sob o comando do secretário de Estado da Fazenda, Rafael Fonteles, provável candidato ao governo do Estado nas eleições vindouras, está cruzando o estado de ponta a ponta com obras em várias áreas, da educacional à infraestrutura, agregando cada vez mais lideranças que antes apostavam em Ciro Nogueira.

Nomeado para a Casa Civil, o que deve ocorrer, como dissemos, nesta segunda-feira, Ciro Nogueira poderá tentar agora nova estratégia para procurar enfraquecer Wellington Dias, porque há quem diga que ele deve se transformar num superministro, com influência nos demais ministérios, apontando para onde e para quem o governo federal deve liberar recursos. Resta saber é se ele vai boicotar verbas para o estado que o elegeu senador quando pululava no mesmo palanque do governador do PT. Se o Piauí perceber isso, lideranças, não importa a cor partidária, têm que se levantar para denunciar o intento.

Porque, pelo seu projeto de poder e pelo histórico pragmático e frio do senador piauiense, politicamente falando, salvar ou não o governo de Jair Bolsonaro é o de menos. O que ele queria mesmo não era nem ser candidato a governador e nem ministro. O que ele queria mesmo era um instrumento político para aumentar seu poder de fogo contra Wellington Dias. Resta saber se esse cargo é suficiente para isso.

Já Wellington Dias, contemporiza, e até elogia o fato de um piauiense passar a comandar a pasta mais importante de Jair Bolsonaro. Mas sabe que tem que ficar atento, porque o senador não está preocupado em ajudar o estado não. Seu propósito é outro. E o povo tem que ter esse discernimento para rechaçar qualquer tentativa de Ciro Nogueira em boicotar recursos para o estado e tentar beneficiar somente os seus correligionários, para alimentar seu projeto de poder.

JP

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