Brasil se prepara para liderar a COP 30 em um contexto de desafios climáticos globais
O evento ocorre em um momento crucial, com a recente decisão de Donald Trump de retirar os Estados Unidos do Acordo

Em novembro, o Brasil será o anfitrião da 30ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), sediada em Belém do Pará. O evento ocorre em um momento crucial, com a recente decisão de Donald Trump de retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris trazendo novos desafios para as negociações climáticas globais.
Impacto da retirada dos EUA do Acordo de Paris
A decisão de Trump preocupa a diplomacia brasileira. Segundo André Corrêa do Lago, nomeado presidente da COP 30 pelo governo Lula, a saída dos Estados Unidos — um dos maiores emissores de gases de efeito estufa — impacta significativamente a preparação do evento e as negociações globais. “Não há dúvida de que isso terá um impacto importante, mas o Acordo de Paris é robusto o suficiente para encontrar formas de contornar essa ausência”, afirmou Corrêa do Lago.
A China também expressou preocupação, destacando seu compromisso com o Acordo de Paris. Como maior produtor mundial de tecnologias verdes, o país tem um papel de liderança essencial na transição energética global. “A mudança climática é um desafio comum que exige colaboração global”, declarou Guo Jiakun, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.
Protagonismo do Sul global e aliança dos BRICS
Com a presidência temporária do BRICS em 2025, o Brasil tem a oportunidade de impulsionar a cooperação climática entre os países em desenvolvimento. Eduardo Saboia, diplomata brasileiro, destacou que o grupo está focado em soluções conjuntas para desafios comuns. “Este pode ser um ano de liderança para o Sul global”, avaliou Tim Sahay, da Universidade Johns Hopkins.
Temas centrais da COP 30
Entre os principais temas a serem discutidos estão o aumento da ajuda financeira dos países ricos aos em desenvolvimento, que não foi plenamente alcançado na COP 29, e a questão da adaptação climática. O Brasil planeja dar ênfase a soluções para eventos climáticos extremos, como as enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul no ano passado.
A COP 30 também marcará os 10 anos do Acordo de Paris, sendo uma oportunidade para revisar os compromissos de redução de emissões até 2035. Enquanto isso, o Brasil defende o direito de explorar recursos de hidrocarbonetos, argumentando que a energia limpa pode ser produzida a partir de seus recursos hídricos, mesmo utilizando derivados do petróleo.
Perspectivas globais
Outros países também enfrentam desafios e oportunidades. A União Europeia segue liderando em redução de emissões, mas enfrenta pressões internas para desacelerar a transição em setores como o automobilístico. Por outro lado, países como a Colômbia estão liderando iniciativas para eliminar gradualmente combustíveis fósseis, apesar de sua dependência econômica desses recursos.
A COP 30 promete ser um marco para o futuro das negociações climáticas, com o Brasil desempenhando um papel central na busca por soluções sustentáveis e no fortalecimento da cooperação internacional para enfrentar as mudanças climáticas.
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