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As presepadas de Jair Bolsonaro, Ciro Nogueira & Cia no Piauí e Maranhão

Era para ser um evento político de grande monta e repercussão positiva para o senador piauiense Ciro Nogueira (PP) a vinda do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) ao Piauí e ao Maranhão na última quinta-feira (20). Mas não foi isso o que se viu. Grande parte das lideranças esperadas, para dar fôlego à pré-candidatura do senador progressista ao governo do Piauí nas eleições do próximo ano, não compareceu. O que se constatou foi uma presença ostentosa do presidente, desrespeitando a lógica e todas as diretrizes de protocolos sanitários contra a Covid-19, atentado a leis de trânsito e ataques a adversários regionais, a exemplo do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que também foi vítima de insinuações constrangedoras da maior autoridade do país.

Ciro Nogueira gastou grande parte do seu tempo no microfone atacando o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que não estava lá para se defender, mesmo porque não fora convidado nem pela assessoria do presidente e nem pela do senador, que se vestiu de dono da obra, mas que de dono não tem nada, porque a maioria dos recursos, cerca de R$ 17 milhões, têm origem em emenda parlamentar do senador Marcelo Castro (MDB). Ao todo, o empreendimento consumiu R$ 30 milhões. O restante dos recursos – R$ 13 milhões – foram divididos entre todos os parlamentares que compõem a bancada federal em Brasília – 10 deputados e 3 senadores.

Sobre os crimes praticados pelo presidente da República nesse ato inaugural, nós, piauienses e maranhenses, não precisamos disso. Não precisamos de um presidente que menospreza a situação que agora vive o Maranhão e todo o país com a descoberta de cepas indianas do novo coronavírus em terras maranhenses, por exemplo, e do alto risco de uma terceira onda que poderá ceifar outras centenas de milhares de vida no país. Não precisamos de políticos que corroboram com todos esses crimes que vêm sendo cometido pelo presidente da República, como destaca de forma mais dramática e contundente a CPI da Covid realizada pelo Senado Federal. Não precisamos de políticos que ignoram o negacionismo contra essa doença por parte de Jair Bolsonaro, atacando governadores por tentarem, a todo custo, barrar a transmissibilidade do coronavírus, mesmo tendo que arcar com prejuízos eleitorais, sociais e econômicos que levarão tempo para ser superados.

Não precisamos de um presidente, que de forma ostentosa, passeia atravessando uma ponte por ele inaugurada como carona de uma motocicleta da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em pé e sem capacete, estimulando a desobediência às leis de trânsito e contribuindo para o surgimento de outras milhares de mortes no trânsito já tão caótico nas ruas, avenidas e rodovias brasileiras.

Foi isso o que se viu na inauguração da ponte que liga Piauí e Maranhão, entre Santa Filomena (PI) e Alto Parnaíba (MA).

Um presidente que nesse evento e outro que protagonizou em Açailândia (MA) insinuou que o governador é “gordo” e ditador. Como pode um presidente da República se danar a esculhambar um governador no seu próprio estado? O governador que foi eleito pelo povo do Maranhão, e isso tem que ser respeitado. Mas Jair Bolsonaro parece ignorar esse urbanismo e respeito que têm que haver entre os políticos, inclusive adversários.

Mas Dino não se intimidou e entrou com processo contra o presidente da República por ter desrespeitados os protocolos de segurança contra a Covid. Disse o governador que ao invés de estar preocupado com o seu peso, o presidente deveria se preocupar com a situação de calamidade em que vive o país.

O governo maranhense autuou Jair Bolsonaro por infração sanitária, por descumprir decretos estaduais que obrigam cidadãos a usarem máscaras em espaços públicos, não promoverem aglomerações e não realizarem eventos – medidas sanitárias contra a covid-19.

Reprodução/Flickr Palácio do Planalto

 

Bolsonaro realizou ato para a entrega de 282 títulos de propriedade rural a assentados em Açailândia, promovendo aglomeração de fãs e curiosos nas ruas e na sede do Sindicato dos Produtores Rurais. Em diversos momentos, ele cumprimentou a multidão sem usar máscara.

Isso ocorre no momento em que a nova cepa indiana do coronavírus (B.1.617.2), com maior potencial de contágio, chegou ao Brasil através de um navio cargueiro vindo da África do Sul que está fundeado exatamente na costa do Maranhão. Os profissionais de saúde que tiveram contato com a tripulação estão sob observação.

Por aqui, o senador Ciro Nogueira pode estar a remar numa canoa furada, porque o seu comandante vem perdendo o rumo, a bússola e o remo no sentido de conduzir o Brasil a porto seguro. Por suas atitudes, isso se torna cada vez mais distante.

Jogo do Poder

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