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Sílvio Mendes apela e contrata empresa especializada em fake news para tentar impedir vitória de Rafael Fonteles

O portal Agência Pública fez uma reportagem que se constitui como uma verdadeira devassa em empresa especializada em fake news – a Benjamim Comunicação Ltda., envolvida numa polêmica no estado de São Paulo e alvo de investigação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara Municipal paulista. E pasmem: a empresa foi contratada pela campanha de Sílvio Mendes, do União do Brasil, ao governo do Piauí, principalmente utilizando as redes sociais para espalhar notícias falsas contra seus opositores; no Piauí, contra Rafael Fonteles.

Há um ditado nos bastidores da política piauiense que diz que onde Ciro Nogueira está, corre dinheiro e uma luta insana pelo poder. Prova disso é que essa empresa consta como a segunda do ranking de gastos de fornecedores do candidato bolsonarista, apoiado pelo ministro-chefe da Casa Civil de Bonsonaro. A Benjamim Comunicação Ltda. tem um contrato de R$ 400 mil com a campanha de Silvio Mendes; 20% desse valor já foi utilizado.

A Benjamim Comunicação trabalhou para o iFood, no primeiro semestre deste ano, disseminando notícias falsas para desmobilizar trabalhadores de delivery insatisfeitos com o tratamento dispensado pela empresa a seus funcionários, que também protestavam a favor da vacinação contra a Covid-19, o que contrariava os interesses da empresa.

De acordo com a Agência Pública, a Benjamim Comunicação, agência que não possui site nem redes sociais ativos, tem como sócio e administrador Luiz Flávio Guimarães Marques — mais conhecido como Lula Guimarães no universo do marketing político-eleitoral. Lula foi o responsável pela propaganda da campanha presidencial de Eduardo Campos e Marina Silva (2014), de Alckmin à Presidência (2018) e de João Doria à prefeitura de São Paulo, em 2016. Nos arquivos do projeto para o iFood, aos quais a Pública teve acesso, Lula é mencionado como diretor da Benjamim e pessoa para quem se apresentavam os relatórios para aprovação.

No vídeo acessado pela reportagem, coordenadores da Benjamim Comunicação avaliam a incidência da página “Não Breca Meu Trampo”. Mencionam que a fanpage “cumpriu uma missão”, mas “contaminou” e deveria ser suspensa. Na análise dos publicitários, a narrativa disseminada pela página teria sido responsável por enfraquecer a liderança de Paulo Lima, o Galo, líder do Movimento dos Entregadores Antifascistas, que tinha grande popularidade na época. 

A página “Não Breca Meu Trampo” postou ativamente entre julho de 2020 e junho de 2021. Segundo os relatos e documentos obtidos pela reportagem, a Benjamim teria contratado entregadores para gravar vídeos periódicos para as páginas, seguindo roteiros elaborados pelas equipes de redatores. Durante uma das discussões sobre formato do conteúdo, no grupo de WhatsApp, um dos coordenadores do projeto escreveu: “Ficar atento com o principal, que é jamais saberem que tem uma agência por trás disso”. 

Em uma das postagens da página, um vídeo gravado por um suposto entregador diz: “Nossa briga é contra o governo. Nossa luta é contra o governo para que o governo nos olhe, nos dê atenção”. Já em outro vídeo, de junho de 2021, um suposto entregador se opõe à regulamentação do setor, dizendo: “Vários perdeu emprego, a única solução que nos teve foi os aplicativos, se não nós estaria até passando fome. Pra nós o jeito que está tá bom”.  E conclui: “Quem levanta cedo e corre atrás do seu tá garantido”. 

A suspeita agora é que a agência tenha sido contratada pela campanha de Silvio Mendes para fazer ataques orquestrados contra o candidato governista, Rafael Fonteles (PT), seu principal oponente.

A mesma estratégia teria sido utilizada por apoiadores de Bolsonaro em 2018, em que uma onda de fake news se espalharam e que podem ter afetado o resultado da eleição.

O ministro Ciro Nogueira, principal apoiador de Silvio Mendes, nunca se manifestou acerca desse mecanismo de fake news utilizado pelo seu chefe. Com isso, conclui-se que Nogueira talvez queira trazer para o Piauí o jeito bolsonarista de disputar eleição e dar apoio para o seu candidato no estado, utilizando-se das avalanches de notícias falsas pelas redes sociais.

Com informações Jogo do Poder/Pensar Piauí

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