Um levantamento do Centro de Referência da Mulher em Situação de Violência – Esperança Garcia (CREG), serviço vinculado à Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres (SMPM) por meio da Prefeitura de Teresina, apontou que em 2021, aumentou o número de mulheres que conseguiram romper com o ciclo de violência através dos atendimentos no espaço.
Conforme o levantamento das profissionais do CREG, os dados mostram ainda que em 2020 ocorreram apenas 10% dos desligamentos, em 2021 foram 38,4%, um comparativo três vezes maior. Para a coordenadora do CREG, o crescimento dos números de desligamentos do centro é um indicativo positivo, visto que mais mulheres estão tendo conhecimento e acesso à rede de enfrentamento à violência.
“Compreendemos que realmente o serviço está direcionado para um objetivo. O que a gente mais quer é que a mulher rompa com o ciclo da violência, inclusive este é um dos nossos indicadores se a mulher venceu e superou a violência”, pontua Roberta Mara, coordenadora do Creg.
Dos atendimentos em 2012, cerca de 278 mulheres fizeram o desligamento do CREG, 107 foram por rompimento do ciclo de violência. Em comparação com 2020, foram 100 ocorrências, destes apenas 10 foram por rompimento do ciclo de violência.
Roberta explica que um fator indispensável para que se alcance esse desligamento vem da intervenção da própria mulher. Ela esclarece que o centro não tem ligação com a família da vítima, mas que o seu papel é fundamental visando evitar que a violência volte a acontecer.
“A família é imprescindível nesse processo, mas temos o contato com a mulher. Em certos casos, algumas mulheres desistem do serviço e não temos o retorno dela, mas de fato confiamos na fala delas”, explica Roberta Mara. De janeiro a dezembro de 2021, foram realizados 2.620 atendimentos às mulheres em situação de violência doméstica, familiar e de gênero em Teresina.
Para a secretária da SMPM, Karla Berger, o GREG é um importante instrumento de proteção à mulher. “O Serviço não é um local de denúncia, mas sim de atendimento. No CREG as mulheres encontram o atendimento jurídico, psicológico e social assim ela quebra o silêncio saindo do ciclo de violência em que vive”, destaca Karla.
Como funciona o acesso ao serviço?
O Centro atende mulheres de 18 a 59 anos em situação de violência doméstica, familiar e de gênero com uma equipe multiprofissional. As mulheres podem ser encaminhadas pela rede de enfrentamento a violência contra a mulher ou acessar diretamente o serviço.
O equipamento é seguro, sigiloso e gratuito. “O Creg não é um abrigo, mas sim uma instituição de dar apoio, conselho, do cuidado de recepcionar. Esse acolhimento está numa perspectiva de uma proteção”, pontua a coordenadora, acrescentando que o centro não é um local de denúncia, mas sim de atendimento. “Se fizermos um estudo com as mulheres que estão em atendimento no CREG, não é a violência física que primeiro elas sofrem, mas a violência psicológica”, observa.
Em 2021, o Creg atendeu 280 mulheres na capital. “A nível de Teresina somos referência. Aqui, ela busca se empoderar para saber como lidar com aquela situação de violência”, atenta Roberta Mara. O espaço é uma rede de vínculos para as atendidas e equipe.
Acompanhamento da Guarda Maria da Penha
As mulheres acompanhadas pelo CREG que possuem medida protetiva são acompanhadas pela Guarda Maria da Penha, na qual presta a proteção das mesmas. Em alguns casos, há também o monitoramento do agressor, visando evitar que a violência volte a acontecer.
Ela reforçou a importância de as pessoas poderem ajudar as vítimas de violência e não julgá-las. “As pessoas têm que sensibilizar as mulheres a buscarem os serviços de apoio. Ela tem que ser encorajada e sensibilizada para denunciar”, disse. “Nosso maior êxito é que de alguma forma estamos chegando ao nosso objetivo que é romper com a violência”, finaliza a coordenadora.
Onde encontrar o Creg?
O Creg está localizado na Rua Benjamin Constant, 2170 – Centro Norte e funciona de Segunda a Sexta, das 08:00 às 17:00h ou através dos telefones: (86) 3233-3798 / 99416-9451, que também é WhatsApp.
Fonte: SMPM