Internautas, cientistas e políticos estão repercutindo o ataque hacker aos sites do Ministério da Saúde e do ConecteSUS, que estão fora do ar desde a madrugada. Nas primeiras horas do dia, uma mensagem deixada pelo grupo invasor dizia “você sofreu um ransomware” e “50 TB de dados foram copiados e excluídos”.
O biólogo e divulgador científico Atila Iamarino comentou sobre o ataque e destacou que os sites saíram do ar justamente em meio ao impasse entre a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o governo federal para a cobrança de passaporte vacinal para a entrada de viajantes no país.
Essa é uma das formas sugeridas — como já fazem muitos países — pela agência ao governo para evitar a disseminação da variante ômicron pelo território nacional.
Mais internautas também associaram o ataque hacker com a possível exigência do passaporte de vacinação.
Ontem, o presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou o governador de São Paulo e adversário político, João Doria (PSDB), e reafirmou a sua contrariedade quanto à exigência de passaporte da vacina contra a covid-19 para entrada no Brasil.
Sem citar nominalmente o desafeto, o chefe do Executivo declarou que “todos têm que reagir” à sinalização de que o governador paulista, agora também pré-candidato do PSDB à presidência da República, está disposto a contrariar determinação do governo federal em relação ao controle de acesso dos aeroportos.
Na terça-feira (7), Bolsonaro já havia chamado o passaporte sanitário de “coleira”, e contrariou a recomendação da Anvisa. O chefe do Executivo negou, contudo, que seja contra a vacina, argumentando que o governo comprou “milhões” de doses.
A deputada federal Joice Hasselmann (PSDB-SP) declarou serem muitas “ocorrências” de problemas envolvendo os sites e plataformas do Ministério da Saúde. A parlamentar ainda destacou que o ministro da pasta, Marcelo Queiroga, não anunciou medidas para aumentar a segurança das plataformas mesmo com episódios anteriores.
A ex-candidata à vice-presidência Manuela D’Ávila (PCdoB) escreveu sobre o ataque hacker em seu Twitter. Ontem, ela já havia denunciado que sua carteira de vacinação foi adulterada no sistema do Ministério da Saúde. Segundo Manuela, os dados sobre as vacinas que já recebeu foram apagados.
Usuários comentaram nas redes sociais que os seus dados de vacinação também sumiram do aplicativo ConecteSUS.